As medidas para reduzir a exposição e a vulnerabilidade daqueles países e das suas populações são um dos aspetos centrais do Acordo de Paris, que visa limitar até ao fim do século o aquecimento global a 1,5 graus centígrados (ºC) acima da temperatura média global da era pré-industrial.
Contudo, "os esforços estão longe de ser suficientes e é preciso que a comunidade internacional aumente radicalmente os seus esforços para se adaptar às alterações climáticas", afirmou a responsável do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA), Inger Andersen.
Em 2019, os países com mais rendimentos juntaram 79,6 mil milhões de dólares em financiamento climático, mas as verbas para adaptação continuam a ser o "parente pobre" desta parcela da ajuda aos países menos desenvolvidos.
Num novo relatório, o PNUA estima que serão necessários "140 a 300 mil milhões de dólares até 2030" e "280 a 500 mil milhões até 2050".
"Apesar de os dados disponíveis serem limitados, os custos estimados da adaptação e das necessidades de financiamento para adaptação são cinco a dez vezes superiores ao volume de financiamento público internacional destinado à adaptação", salienta-se no documento.
Com a temperatura média global atualmente 1,1 ºC acima da era pré-industrial, as catástrofes provocadas pelo clima já se sucedem e, se se mantiverem tal como estão os compromissos de redução de emissões dos países signatários do Acordo de Paris, o aumento poderá atingir 2,7 graus, de acordo com a avaliação das Nações Unidas antes do começo da 26.ª cimeira do clima (COP26), que decorre em Glasgow.
"Mesmo que parássemos hoje as emissões de gases com efeito de estufa, os impactos das alterações climáticas continuariam durante dezenas de anos", ilustrou Inger Andersen.
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