O terrorista de Christchurch, na Nova Zelândia, apresentou queixas alegando que o seu tratamento sob custódia das autoridades neozelandesas constitui uma violação dos seus direitos humanos e que a sua admissão de culpa foi obtida sob coação, avança o The Guardian.
Uma das queixas de Brenton Tarrant prende-se com a recusa por parte das autoridades de se referirem ao seu nome.
O RNZ informa que Tarrant argumenta no memorando divulgado pelo seu advogado que se deu como culpado das acusações que recaíam sobre si devido ao tratamento desumano e degradante a que foi submetido enquanto aguardava pelo julgamento.
Tarrant está detido em regime de confinamento solitário de 24 horas e tem acesso limitado a notícias, assinala o memorando. Tony Ellis, o seu advogado, afirmou aos meios locais que Brenton Tarrant pretende apresentar um recurso contra a sua sentença de prisão perpétua.
Tarrant, é um supremacista branco natural da Austrália, que matou 51 pessoas na sequência de ataques a duas mesquitas de Christchurch em março de 2019.
Após o ataque, a primeira-ministra neozelandesa Jacinda Ardern prometeu nunca dizer o nome do terrorista.
“Ele procurou muitas coisas com este ato de terror mas uma delas foi a notoriedade, é por isso que nunca vão ouvir-me a mencionar o seu nome (…) Ele pode ter procurado notoriedade mas nós, na Nova Zelândia, não vamos dar-lhe nada – nem sequer o seu nome”, disse na altura Ardern.
Gamal Fouda, o imã de uma das mesquitas onde foram cometidas os ataques, reagiu à divulgação do memorando e das queixas de Brenton Tarrant. Fouda sublinhou que “este terrorista sem nome deseja ficar famoso e está a exibir-se”.
O imã considera que Tarrant está a tentar traumatizar ainda mais as famílias das pessoas que assassinou.
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