Líbia: Aberto prazo para entrega de listas dos candidatos às eleições
Os candidatos às eleições gerais de dezembro e janeiro na Líbia podem, desde hoje, entregar as respetivas listas, numa altura em que decorrem os preparativos para a votação, num país devastado pela guerra civil, indicou fonte oficial.
© Reuters
Mundo Líbia
Para a eleição do chefe de Estado, prevista para 24 de dezembro, a apresentação de candidaturas, aberta até 22 de novembro, é feita exclusivamente em três gabinetes da Alta Comissão Eleitoral (HNEC) - Trípoli (oeste), Bengazi (leste) e Seba (sul).
Entre as personalidades que já anunciaram a intenção de se candidatar ao cargo na primeira votação por sufrágio universal no país estão o ex-influente ministro do Interior, Fathi Bachagha, o diplomata e fundador do partido Ihya Libia, Aref al-Nay, o ex-embaixador da Líbia na ONU, Ibrahim al-Dabbachi, o ex-ministro da Indústria do regime do antigo líder líbio Muammar Kadhafi e atual membro do partido Projeto Nacional, Fathi Ben Shatwan, e, grande surpresa, um conhecido comediante local Hatem al-Kour.
Seif al-Islam Kadhafi, filho de Muammar Kadhafi, deu já sinais de que poderá apresentar-se á corrida presidencial, tal como o marechal Khalifa Haftar, o "homem forte" do leste da Líbia.
Quanto à apresentação de candidaturas às eleições legislativas, marcadas para um mês após as presidenciais, está aberta a partir de hoje e terminará a 07 de dezembro em todas as cidades líbias, marcando "o verdadeiro início do processo eleitoral", declarou domingo o diretor do HNEC, Imad al-Sayeh, numa conferência de imprensa.
Cerca de 2,83 milhões de líbios, de cerca de sete milhões de habitantes, inscreveram-se na plataforma 'online' do HNEC para votar.
Com os documentos de identidade, os eleitores têm acesso ao cartão de eleitor em todos os centros de votação até o final de novembro.
A Líbia mergulhou no caos após a revolta de 2011, que levou à queda do regime de Kadhafi.
Com as eleições, o país tenta encerrar um capítulo turbulento dos conflitos armados entre campos rivais através de um processo político iniciado em novembro de 2020, sob a égide da ONU.
Para a comunidade internacional, a realização de eleições é fundamental para pacificar o país, que possui das reservas de petróleo mais abundantes da África.
Mas, num contexto de segurança ainda frágil e de diferenças políticas persistentes entre os campos rivais, a conclusão bem-sucedida das eleições permanece incerta.
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