"Se conseguirmos vencer Órban, iremos colocar tudo nos eixos", explicou o político conservador, de 49 anos, numa conferência de imprensa, considerando que "não existe democracia, nem liberdade de imprensa, nem Estado de direito na Hungria".
"Estamos a falar de uma mudança de regime, não apenas de uma mudança de Governo", prosseguiu.
Marki-Zay considerou Órban um "ditador corrupto e traidor dos valores europeus e do Cristianismo", criticando, em particular, "as campanhas de ódio contra as comunidades LGBT, católica, judaica e outras minorias".
"Estamos a preparar uma nova Constituição e, depois da vitória eleitoral, espero, iremos organizar um referendo sobre o assunto para construir uma nova Hungria democrática", prometeu.
Católico praticante, pai de sete filhos, Marki-Zav venceu as primeiras eleições primárias da oposição no país, que uniu seis partidos políticos de diversas orientações.
"Há partes da Constituição com as quais não temos problemas. Mas tudo o que o [partido] Fidesz [de Órban] fez nos últimos dez anos para consolidar o seu poder e tornar o regime imbatível é inválido", sustentou.
Marki-Zay também defendeu o fim da lei "anti-LGBT", aprovada no verão passado e que gerou indignação em Bruxelas, prometendo dar aos casais do mesmo sexo os mesmos direitos dos casais heterossexuais, especialmente o casamento.
Por outro lado, admitiu que o primeiro-ministro húngaro tinha razão em erguer uma cerca para impedir a chegada de migrantes em 2015, vendo-a como uma "forma legítima de lutar contra a imigração ilegal".
Os analistas políticos preveem uma "luta cerrada" contra Órban, tendo o próprio Marki-Zay reconhecido que será "extremamente difícil" vencer o líder do Fidesz, no poder entre 1998 e 2002 e continuamente desde 2010, uma vez que as eleições, sustentou, "não serão nem democráticas, nem livres, nem justas".
"Mas as nossas hipóteses [de derrotar Órban] nunca foram tão grandes nesta última década", adiantou Marki-Zav, que se reuniu em Bruxelas com vários comissários europeus, incluindo a vice-presidente da Comissão para os Valores e Transparência, Vera Jourova.
Leia Também: Órban e Le Pen apoiam Polónia e criticam "imperialismo" da UE