No seu primeiro discurso enquanto chefe de Estado e comandante supremo das Forças Armadas de São Tomé e Príncipe (FASTP), Carlos Vila Nova recordou que há algum tempo se deu "início a um processo de reforma" para "se ajustarem à defesa dos superiores interesses do país e contrariarem as novas ameaças que assumem cada dia formas distintas e subtis".
"É absolutamente necessário", disse, reforçar a imagem das Forças Armadas, "rejuvenescer os órgãos do comando, reforçar a disciplina e o incontornável princípio democrático e de organização da submissão das autoridades militares às autoridades civis".
Diante de cerca de 400 soldados, entre os quais 14 mulheres, que fizeram hoje juramento de bandeira, e centenas de populares que assistiram o ato, o Presidente da República afirmou que "este processo nunca foi, nem será no futuro retilíneo", realçando que tem havido "avanços e recuos, próprios de uma matéria tão sensível e melindrosa" que nos últimos anos também se viu afetada pela crise e consequências da pandemia da covid-19.
Carlos Vila Nova considerou que "é imperativo continuar a trabalhar na melhoria da reorganização do comando das Forças Armadas, a prontidão e a preparação técnica e operacional das tropas, racionalizar o efetivo nacional e definir um melhor equilíbrio entre as diferentes componentes, ao mesmo tempo que se melhora as condições de vida e de trabalho, bem como o equipamento das diferentes formações."
No seu discurso, destacou alguns passos já dados na reforma, como "a instalação de um Estado Maior das Forças Armadas" e o ramo da Guarda Costeira, que "tem vindo a afirmar-se nitidamente, pela sua especificidade na defesa da integridade territorial" do país e "introduziram inquestionavelmente maior coerência e rigor na gestão da defesa e segurança nacional".
"É nesta senda de reforma que as Forças Armadas têm de continuar, sempre atentas às reais condições do nosso país, à defesa intransigente da democracia e do respeito pelo seu caráter republicano e às novas ameaças globais e o modo como localmente elas podem impactar a nossa sub-região e o nosso próprio país," afirmou o Presidente da República.
A cerimónia de juramento de bandeira acontece tradicionalmente no dia 06 de setembro, dia das Forças Armadas de São Tomé e Príncipe, mas há dois anos que não se realizava devido a pandemia da covid-19.
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