O chefe de Estado da Bielorrússia não revelou o conteúdo da proposta que debateu num contacto telefónico com Angela Merkel na segunda-feira e que, segundo Lukashenko, se prolongou por 50 minutos.
"Combinámos com Merkel que, neste momento, não vamos falar em concreto (da proposta). Ela pediu tempo, uma pausa, para debater a proposta com os membros da União Europeia", revelou o Presidente da Bielorrússia.
Lukashenko acrescentou que espera um outro contacto com Merkel para continuar a trabalhar "numa possível solução", sublinhando que "ninguém está interessado numa escalada da crise".
"Por muito que alguém queira levar (...) a uma confrontação aberta, não o podemos permitir", disse Lukashenko, frisando que Minsk "nunca quis" um agravamento da "crise migratória".
Por outro lado, disse que "do outro lado" da fronteira estão cerca de 20 mil homens armados, enquanto a Bielorrússia não mobilizou "nem sequer uma companhia ou um pelotão de militares" para a zona.
"Mas temos planos para o fazermos em caso de qualquer agressão", declarou Lukashenko.
O Presidente da Bielorrússia afirmou, por outro lado, que desde agosto o Governo de Minsk fez regressar aos países de origem "cinco mil migrantes", mas que atualmente o problema são as 2.100 pessoas que se concentram junto ao posto fronteiriço de Bruzqui.
"O problema, tal como disse a Merkel, é que se não salvarmos esta gente a Bielorrússia fica a perder e a União Europeia também por não permitir a entrada desses refugiados. Por isso é preciso resolver de imediato a situação", afirmou.
A União Europeia e os Estados Unidos acusam o regime de Minsk de estar a organizar o fluxo de migrantes e refugiados do Médio Oriente, em retaliação contra as sanções económicas aplicadas contra a Bielorrússia após as eleições presidenciais de 2020.
As eleições foram consideradas fraudulentas, tendo a oposição sido alvo de atos de repressão e abusos de direitos humanos, encontrando-se muitos dos seus dirigentes no exílio.
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