"Xamã" que atacou o Capitólio dos EUA condenado a três anos e meio
Um ativista pró-Trump - que, com chifres de búfalo, se tornou um dos rostos do ataque ao Capitólio dos EUA em janeiro - foi condenado hoje a três anos e meio de prisão por um tribunal de Washington.
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Jacob Chansley, 34 anos, "tornou-se um ícone" dos dias de caos que abalaram a democracia norte-americana, disse o juiz Royce Lamberth ao pronunciar uma sentença de 41 meses de prisão ao ativista apoiante do ex-Presidente Donald Trump.
"O que você fez é terrível", concluiu o juiz, que disse ter levado em conta os remorsos do acusado, na determinação da pena.
Armado com uma lança e sem camisa, este autoproclamado xamã e adepto das teorias da conspiração da organização radical QAnon participou na invasão do Capitólio, ao lado de centenas de apoiantes de Donald Trump, para impedir que os congressistas validassem a vitória do democrata Joe Biden na eleição presidencial de 2020.
Chansley entrou na câmara do Senado, sentou-se na cadeira reservada para o então vice-Presidente Mike Pence e deixou um bilhete dizendo: "É só uma questão de tempo, a justiça está a chegar!".
O homem, oriundo de Phoenix, Arizona, foi detido alguns dias depois do incidente e está preso há dez meses.
Em setembro, Chansley confessou-se culpado de "obstruir procedimentos formais", perante um tribunal federal em Washington.
Os procuradores pediram 51 meses de prisão, o que teria constituído a sentença mais pesada proferida contra um participante da invasão de 06 de janeiro, embora as acusações de violência tenham sido retiradas.
Ainda assim, a procuradora Kimberly Paschall disse hoje que a sentença "será suficiente para deter para sempre qualquer ato criminoso deste tipo".
Para explicar a gravidade da situação, Paschall lembrou que Jacob Chansley divulgou "mensagens mordazes" nas redes sociais contra "políticos corruptos e traidores do Governo", muito antes dos acontecimentos de 6 de janeiro.
Durante a sua longa intervenção em tribunal, Jacob Chansley disse que não é "um criminoso perigoso" e que sofre de "distúrbios de personalidade" que deseja tratar, para se tornar um "homem melhor".
"Não sou um homem violento, nem um insurgente e certamente não sou um terrorista. Sou apenas um homem bom que infringiu a lei", explicou o acusado, garantindo acreditar "na liberdade, na lei e na ordem e na responsabilidade".
Antes do julgamento, o advogado de defesa Albert Watkins garantiu que Jacob Chansley repudiou o movimento QAnon e mostrou-se "desapontado" com Donald Trump.
Um total de 664 pessoas foram indiciadas pela sua participação no ataque ao Capitólio, que provocou a morte de cinco pessoas, de acordo com o Programa de Investigação em Extremismo, da Universidade George Washington.
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