Putin acusa ocidentais de agravarem tensões na Ucrânia e no Mar Negro

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou hoje os países ocidentais de agravarem as tensões na Ucrânia e no Mar Negro, denunciando voos de "bombardeiros estratégicos" perto das fronteiras russas.

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Lusa
18/11/2021 17:25 ‧ 18/11/2021 por Lusa

Mundo

Conflito

"Os nossos parceiros ocidentais estão a agravar a situação ao entregarem armas modernas a Kiev e ao fazerem exercícios militares provocatórios no Mar Negro e noutras regiões próximas da nossa fronteira", disse Putin, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).

Numa intervenção durante uma reunião do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Putin disse que, em relação ao Mar do Norte, a provocação vai "além de certos limites".

"Os bombardeiros estratégicos voam a 20 quilómetros das nossas fronteiras e transportam, como sabemos, armas muito perigosas", disse.

Putin criticou também o Ocidente por ter encarado superficialmente os avisos de Moscovo sobre a passagem de "linhas vermelhas".

"As nossas preocupações e avisos sobre o alargamento da NATO a Leste foram completamente ignorados", afirmou.

Os comentários de Vladimir Putin surgem num contexto de tensões crescentes entre Moscovo e os países ocidentais.

A NATO, os Estados Unidos, a França e a Alemanha denunciaram, nos últimos dias, o destacamento de tropas russas para a fronteira oriental da Ucrânia, onde uma guerra com separatistas pró-Rússia está em curso desde 2014.

Nesse mesmo ano, Moscovo anexou a península ucraniana da Crimeia, após uma revolução pró-ocidental na antiga república soviética que afastou da Ucrânia um regime pró-russo.

A Rússia já realizou manobras militares em larga escala perto da Ucrânia na primavera de 2021, suscitando receios de uma invasão.

A Ucrânia, que desvalorizou inicialmente a dimensão do destacamento de forças russas nas suas fronteiras, mudou de tom na quinta-feira, ao apelar aos aliados ocidentais para que lhe forneçam armas.

No contexto das tensões com os países ocidentais, particularmente os Estados Unidos, a Rússia anunciou hoje que testou com êxito um míssil de cruzeiro hipersónico Zircon, um novo tipo de arma que Putin disse ser invencível.

Numa declaração citada pela AFP, os militares russos disseram que dispararam o míssil de uma fragata contra um alvo nas águas do Mar Branco, no Ártico, e que o alvo foi destruído por "um golpe direto".

O Ministério da Defesa divulgou um vídeo em que se vê o míssil a descolar num raio de luz e seguido de um rasto de fumo a meio da noite.

O primeiro lançamento oficial de um Zircon foi em outubro de 2020, com Vladimir Putin a saudá-lo como um "grande evento".

Com um alcance máximo de cerca de 1.000 quilómetros, este míssil de cruzeiro hipersónico destina-se a equipar a frota russa.

Os primeiros mísseis hipersónicos Avangard de nova geração, capazes de atingir velocidades vertiginosas e mudar de rumo e altitude, foram postos ao serviço do exército russo em dezembro de 2019.

A Rússia está também a procurar desenvolver as suas armas para utilização no espaço.

Moscovo admitiu, na terça-feira, que explodiu um dos seus satélites inativos em órbita, sob a acusação dos ocidentais de pôr em perigo a Estação Espacial Internacional com uma nuvem de detritos.

Leia Também: Kremlin rejeita críticas sobre tensões na Ucrânia e Bielorrússia

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