"Podemos anunciar que o apelo de urgência está financiado a 100%", disse hoje em Genebra Jens Laerke, porta-voz do Gabinete para a Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA, na sigla em inglês).
Os principais doadores são os Estados Unidos, os países europeus e o Japão, explicou o porta-voz, referindo-se ao apelo que foi lançado numa reunião ministerial das Nações Unidas, em Genebra, há dois meses.
"A resposta em relação ao Afeganistão está a intensificar-se. Entre os dias 01 de setembro e 15 de novembro, as Nações Unidas e as organizações não-governamentais forneceram ajuda alimentar a 7,2 milhões de pessoas e prestou cuidados médicos a cerca de 900 mil pessoas", disse ainda Laerke.
Segundo a ONU, quase 200 mil pessoas afetadas pela seca receberam ajuda, através da distribuição de água, com recurso ao envio de camiões-cisterna, e 178 mil crianças, com menos de cinco anos de idade, receberam ajuda humanitária.
O porta-voz indicou, por outro lado, que "os compromissos financeiros não foram todos traduzidos em ações no terreno" devido a problemas em relação ao sistema bancário e financeiro e às sanções impostas contra os talibãs, no poder em Cabul desde o passado dia 15 de agosto.
"A maior parte da população ainda precisa de ajuda humanitária de urgência", disse.
"Os acessos melhoraram recentemente. Temos acesso a todas as regiões do Afeganistão. O grande problema agora é evitar o colapso económico do país", acrescentou.
De acordo com a ONU, o Afeganistão está perante "uma grave crise humanitária", com mais de metade a população em risco de não conseguir alimentos durante o inverno.
A escassez de alimentos é causada por uma seca associada à crise económica, que se agravou desde que foi proclamado o Emirado Islâmico, pelas forças talibãs.
As instituições financeiras internacionais suspenderam as ajudas ao país e Washington congelou os cerca de 9,5 mil milhões de dólares (8,4 mil milhões de euros) de bens do Banco Central do Afeganistão.
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