De acordo com o 'site' na Internet do aeroporto de Minsk, o a aeronave da Iraqi Airyaws descolou à hora programada.
Está programado um segundo voo para as 23:35 (hora de Lisboa) de hoje.
O cônsul do Iraque na Rússia e na Bielorrússia, Majid al-Kinain, disse que entre hoje e sexta-feira serão realizados quatro voos, transportando um total de 650 pessoas, segundo a agência BELTA.
"Vamos fazer retornar toda a gente que está aqui, mesmo que sejam 10 mil pessoas. Não sabemos quantas serão exatamente. Agora, mil pessoas voltam de forma voluntária", indicou.
De acordo com o governo de Minsk, um voo de repatriamento com cerca de 200 refugiados estava programado para hoje, mas foi cancelado, segundo confirmaram à agência EFE fontes diplomáticas iraquianas, sem revelar a causa do cancelamento.
Cerca de dois mil migrantes sem documentos estão retidos no lado bielorrusso da fronteira com a Polónia, encontrando-se num armazém que funciona como centro de acolhimento, desde 16 de novembro.
O Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, espera que a União Europeia (UE) acolha os migrantes, mas os 27 Estados-membros já rejeitaram a opção, dizendo que trabalham o repatriamento e na ajuda humanitária.
O primeiro avião de migrantes que deixaram a Bielorrússia descolou de Minsk com destino a Bagdade no dia 18 de novembro, com 431 pessoas a bordo, a maioria de cidadania iraquiana.
Hoje, Alexander Lukashenko exigiu que a UE pague os voos de repatriamento de quase 2.000 migrantes ilegais retidos há mais de três semanas na fronteira com a Polónia.
"Se quiserem voltar, façam o favor. Vamos reuni-los no aeroporto. Não mandaram ainda hoje um avião?", disse Lukashenko, referindo-se a um voo de repatriamento para o Iraque que estava marcado para hoje, mas que foi cancelado, por razões que o Presidente bielorrusso atribui a dificuldades financeiras.
"Quanto custa esse voo? E não há quem o pague?! Que o pague a União Europeia", sublinhou Lukashenko, durante uma reunião no Palácio da Independência.
O Presidente bielorrusso alega que a UE alocou milhões de euros para assistência humanitária urgente de migrantes ilegais retidos na Bielorrússia, mas que o seu país não recebeu "nem um centavo".
Na verdade, a UE atribuiu 700.000 euros para ajuda humanitária, na prestação de assistência urgente aos migrantes na Bielorrússia, mas irá atribuir essa verba a organizações não governamentais, como a Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, entre outras, não ao regime de Lukashenko, que Bruxelas não reconhece sequer como Presidente legítimo, após as eleições fraudulentas de 2020.
A Comissão Europeia também disponibilizará até 3,5 milhões de euros para facilitar o regresso voluntário aos seus países de origem de migrantes da Bielorrússia.
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