Enquanto intervinha no arranque os trabalhos do Bienal de Luanda 2021 - Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz, João Lourenço referiu que Angola "tem vindo a aprender a lidar cada vez melhor com as diferenças de um contexto democrático em constante evolução e aprofundamento".
A bienal começou hoje e vai decorrer até terça-feira na capital angolana, e o chefe de Estado espera que "seja um sucesso digno de registo com impacto benéfico e duradouro" na construção de um caminho para a paz que se sinta no "continente africano e em toda a humanidade".
João Lourenço tem o desejo que esta bienal, que se realiza pela segunda vez na capital angolana, possa vir a "constituir-se como uma plataforma de referência, que agrupe governo, sociedade civil, comunidades artística e científica, o setor privado e as organizações internacionais", na conquista "e manutenção da paz e prevenção de conflitos".
À semelhança do que o homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa, enalteceu que os vários governos têm de aprender a lidar e aproveitar a vasta comunidade jovem, assim como as diferenças culturais e demográficas que conferem singularidade ao continente africano.
O chefe de Estado lamentou que "muitos dos filhos de África" tenham abandonado "o continente em condições desumanas e com o risco de suas próprias vidas ao fugir das zonas de conflito ou na procura de emprego e de melhores condições de vida".
"Independentemente da sua idade, formação académica ou profissional, todos eles são importantes e necessários para o desenvolvimento do nosso continente", completou.
A expectativa, prosseguiu, é que possam um dia regressar "voluntariamente" e que contribuam para o desenvolvimento de África: "Este passo marcaria o reencontro com as suas terras, as suas gentes, para que, num abraço fraterno à pátria que os viu nascer, enfrentem o desafio de ser protagonistas do progresso e do desenvolvimento dos respetivos países".
O importante agora, elencou, é "identificar com objetividade as causas reais das nossas dificuldades, os caminhos a trilhar e os parceiros verdadeiramente interessados em apoiar o desenvolvimento de África".
De acordo com o Governo angolano, o envolvimento dos jovens como "atores de transformação social para a prevenção de conflitos", África e as suas diásporas face aos conflitos, crises e desigualdades e a exploração do potencial dos oceanos para o desenvolvimento sustentável e a paz, completam os objetivos da Bienal.
As contingências ditadas pela pandemia de covid-19 obrigam a que a Bienal decorra de forma híbrida: presencial e virtual.
O programa da Bienal assenta em três eixos: Diálogo Intergeracional entre Líderes e Jovens; Festival de Culturas e Lançamento da Aliança de Parceiros por uma Cultura de Paz.
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