África do Sul pede levantamento imediato de restrições de viagens
O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, apelou hoje ao levantamento "imediato e urgente" das restrições de viagens a partir da África Austral impostas por vários países, após a deteção de uma nova variante do SARS-CoV-2, argumentando que falta "justificação científica".
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Mundo Covid-19
O chefe de Estado disse estar "profundamente desapontado" com o fecho "completamente injustificado" das fronteiras e que a medida representa uma forma de "discriminação" contra o seu país e países vizinhos afetados pelas mesmas medidas.
Estas restrições "clara e totalmente injustificadas" contradizem os compromissos assumidos pelo G20 em Roma, no mês passado, e apenas "prejudicam ainda mais as economias e minam a capacidade de resposta e recuperação da pandemia", disse, num discurso à nação, transmitido pela televisão.
Referindo-se ao aumento constante do número de novos casos confirmados nos últimos dias, particularmente na região de Joanesburgo e Pretória, o Presidente sul-africano confirmou que o país caminha para uma quarta vaga "nas próximas semanas, senão mais cedo".
"[Mas] temos um instrumento poderoso, chama-se vacinação", sublinhou Ramaphosa.
A taxa de vacinação completa no país é no máximo de 23,8%, um valor muito mais elevado do que no resto de África, mas muito mais baixo do que a média global.
Para restaurar também a economia, o Presidente apelou a "todos os que ainda não estão vacinados a fazê-lo sem demora" e a motivar aqueles que os rodeiam a fazer o mesmo, afirmando que "há demasiadas pessoas que ainda expressam dúvidas".
Não se trata apenas de se protegerem, mas também de "reduzir a pressão sobre os sistemas de saúde", acrescentou, sublinhando que o Governo estuda a possibilidade de introduzir "a vacinação obrigatória para certas atividades e em certos lugares".
"Seria uma medida difícil e complexa", admitiu.
Quase três quartos dos casos recentes de covid-19 comunicados na África do Sul devem-se à variante Ómicron. Contudo, os números permanecem baixos, com cerca de 3.000 novos casos positivos nos últimos dias, muito aquém dos números oficiais de vários países europeus em particular.
Estados Unidos da América, Espanha, França, Itália, Reino Unido, Alemanha, Holanda, Singapura, Canadá, Áustria e Israel e Portugal estão entre os países que suspenderam temporariamente as viagens relativas a países africanos ou anunciaram que irão impor restrições depois de ser detetada a nova variante do coronavírus SARS-CoV-2.
A covid-19 provocou pelo menos 5.193.392 mortes em todo o mundo, entre mais de 260,44 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.417 pessoas e foram contabilizados 1.142.707 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
A nova variante, a Ómicron, foi recentemente detetada na África do Sul e, segundo a Organização Mundial da Saúde, o "elevado número de mutações" pode implicar uma maior infecciosidade.
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