Mais perigosa? Mais contagiosa? Afinal, o que dizem os especialistas sobre a nova variante da Covid-19, a Ómicron, que já chegou inclusive a Portugal? O Notícias ao Minuto reuniu algumas das opiniões dos especialistas, nacionais e internacionais, sobre o esta nova variante.
A Diretora-Geral da Saúde e especialista em saúde pública Graça Freitas, afirmou esta segunda-feira que, aparentemente, a nova variante não deverá provocar doença mais severa do que qualquer outra variante, tendo em conta a evolução da doença dos 13 casos identificados em Portugal. Porém, no que diz respeito à propagação do vírus, Graça Freitas não é tão otimista.
Graça Freitas aponta que o que torna esta variante mais perigosa é "a sua capacidade de propagação".
João Paulo Gomes, investigador do INSA, apela à calma e afirma que ainda não há dados suficientes para formular uma "conclusão mais séria acerca desta nova variante".
O investigador defende que há "motivos para preocupação", na medida em que esta variante é caracterizada por "um anormalmente elevado número de mutações na proteína de superfície [Spike]".
"Muitas dessas mutações, a comunidade científica já sabe que podem impactar a transmissibilidade, bem como a ligação aos nossos anticorpos e, portanto, temos direito de pensar: será que as vacinas estão em perigo? Será que ela é mais transmissível. A resposta é não sabemos", vincou.
Os principais especialistas da África do Sul na luta contra a pandemia manifestaram-se cautelosamente otimistas quanto à capacidade das vacinas existentes para prevenir a Covid-19 grave resultante do contágio pela nova variante Ómicron.
"Com base no que sabemos, e na forma como outras variantes de preocupação reagiram à imunidade vacinal, podemos esperar que ainda veremos uma elevada eficácia contra a hospitalização e doenças graves", afirmou Salim Abdool Karim, um dos principais cientistas sul-africanos envolvidos no combate à covid-19.
A Ómicron já está presente em Portugal com 13 casos identificados em jogadores e elementos da equipa técnica do Belenenses SAD.
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