Peru vai pedir ao Chile ampliação da convenção de extradição de Fujimori
O Peru vai pedir ao Chile que amplie a convenção de extradição do ex-presidente peruano Alberto Fujimori, para poder processá-lo pelas esterilizações forçadas de milhares de mulheres entre 1996 e 2000, foi anunciado no sábado.
© Reuters
Mundo Fujimori
O Ministério Público "apresentará oportunamente um pedido ampliado de extradição ao Chile", afirmou a procuradora responsável pelo caso, Carmen Rosa Crisostomo, citada pela Agência France Presse.
Alberto Fujimori, de 83 anos, está atualmente hospitalizado, sob vigilância policial, devido a um problema cardíaco.
O ex-governante foi detido em 2005 no Chile e extraditado para o Peru em 2007, para ser processado por crimes de corrupção e contra a humanidade, o que culminou em várias sentenças, uma das quais a 25 anos de prisão pelos assassinatos em Barrios Altos e La Cantuta, em 1991 e 1992, respetivamente, cometidos pelo grupo militar secreto Colina.
O juiz peruano Rafael Martinez decidiu no sábado acusar Fujimori, e outros antigos ministros, das esterilizações forçadas, antes de as autoridades judiciárias terem suspendido o processo, a pedido da defesa, por este caso não estar previsto na convenção de extradição com o Chile.
Estima-se que cerca de 270.000 mulheres, a maior parte indígenas que não falavam espanhol, tenham sido submetidas a cirurgias de laqueação de trompas, no âmbito do Programa Nacional de Saúde Reprodutiva e Planeamento Família, que Fujimori implementou nos últimos quatro anos em que esteve no poder.
O objetivo do programa era reduzir a taxa de natalidade no Peru, de modo a favorecer o crescimento económico. Pelo menos 18 mulheres morreram durante as operações, de acordo com dados oficiais.
Foram apresentadas cerca de 1.317 queixas relativas a esterilizações forçadas, um caso aberto em 2002 e depois encerrado, antes de ser várias vezes reaberto.
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