A tempestade atingiu terra perto da ilha turística de Siargao, no centro-leste do arquipélago do Sudeste Asiático, ao princípio da tarde (hora local) e estava a dirigir-se para as zonas ocidentais, através das ilhas de Leyte, Mindanao e Negros.
"Esta tempestade monstruosa é assustadora e ameaça atingir as comunidades costeiras como um comboio de mercadorias", advertiu o chefe da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho nas Filipinas, Alberto Bocanegra, citado pela agência de notícias francesa AFP.
O Rai é um "supertufão", o equivalente a um furacão de categoria 5 nos Estados Unidos, de que há em média cerca de cinco por ano em todo o mundo.
É o ciclone mais forte a atingir as Filipinas este ano, com ventos constantes de 195 km/h (quilómetros por hora), disse a agência meteorológica filipina.
Não há, para já, relatos de vítimas, mas a agência de notícias Associated Press (AP) deu conta dos primeiros relatos de cortes de energia, de casas com os telhados arrancados e de equipas de socorro a resgatar residentes de aldeias inundadas.
As televisões filipinas mostraram dois socorristas a tentar manter um bebé de 1 mês de idade acima do nível das águas numa aldeia inundada, protegidos do vento e da chuva com um guarda-chuva.
Ventos "muito destrutivos" poderão causar "danos graves a muito graves nas estruturas e na vegetação", advertiu a agência de meteorologia.
As autoridades alertaram também para os deslizamentos de terras potencialmente mortais e inundações ao longo da linha costeira.
Segundo a Agência Nacional de Prevenção de Catástrofes, mais de 90.000 pessoas deixaram as suas casas para se refugiarem em abrigos.
Muitas das pessoas em abrigos são turistas filipinos que tinham acorrido às praias da região.
Os turistas estrangeiros ainda estão impedidos de entrar no país devido à pandemia de covid-19.
Dezenas de voos foram suspensos e as viagens marítimas e terrestres foram proibidas nas regiões afetadas, acrescentou a agência de notícias espanhola EFE.
O Pacific Disaster Centre, um organismo científico independente que analisa as consequências de potenciais catástrofes naturais, disse que 15,9 milhões de pessoas vivem na zona por onde passará o tufão.
O tufão deverá deixar as Filipinas e entrar no Mar do Sul da China no sábado, em direção ao Vietname.
O Rai é o 15.º tufão a passar pelas Filipinas este ano, e obrigou ao adiamento da campanha de vacinação contra a covid-19 nas regiões afetadas pela sua passagem.
Trata-se de um tufão particularmente tardio, dado que a maioria dos ciclones tropicais no Oceano Pacífico se forma entre julho e outubro.
As Filipinas são atingidas em média por 20 tufões todos os anos.
O mais grave foi o "supertufão" Haiyan, que provocou cerca de 7.000 mortos e desalojou 200.000 famílias, em novembro de 2013.
As Filipinas são consideradas um dos países mais vulneráveis ao aquecimento global.
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