"A seca já está a ter um impacto devastador na vida dos somalis", diz OCHA no boletim sobre a situação do país africano publicado na sexta-feira.
"Até 17 de dezembro, mais de 3,2 milhões de pessoas em 66 dos 74 distritos do país foram afetadas pela seca, das quais 169 mil foram deslocadas em busca de água, alimentos e pasto", destacou.
Os afetados representam pouco mais de 21 por cento da população da Somália.
A falta de água está a ser "particularmente difícil" nos estados centrais de Jubaland, Southwest e Galmudug e no norte de Puntland; e as condições devem piorar durante este mês e no primeiro trimestre de 2022.
"Sem um aumento da assistência humanitária, estima-se que 3,8 milhões de pessoas na Somália enfrentarão formas graves de insegurança alimentar aguda até janeiro de 2022, aumentando para 4,6 milhões de pessoas em maio", alertou o OCHA.
"A hora de agir é agora", enfatizou o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU, que não informou o número de mortos como consequência da seca, embora as autoridades locais tenham revelado esta semana que pelo menos seis pessoas morreram até agora.
O país enfrenta um agravamento da seca após três consecutivas estações chuvosas fracassadas e está em risco de uma quarta temporada de poucas chuvas.
De acordo com o OCHA, "a seca cada vez mais intensa tem causado escassez de água, más safras, altos níveis de migração e morte de gado".
Diante dessa calamidade, o primeiro-ministro somali, Mohamed Hussein Roble, declarou em 24 de novembro o "estado de emergência humanitária".
Além dessa crise, a Somália vive um estado de conflito e caos desde 1991, quando o ditador Mohamed Siad Barre foi derrubado, deixando o país sem um governo efetivo e nas mãos de grupos islâmicos como Al Shabab e senhores da guerra.