Europa teme contágios durante o Natal e avança com restrições

A Europa está a entrar nas festividades do Natal com receio de que as celebrações habituais da época aumentem os casos de covid-19, em particular com a variante Ómicron, com vários países a reforçarem medidas para travar os contágios.

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Lusa
22/12/2021 17:02 ‧ 22/12/2021 por Lusa

Mundo

Covid-19

Os casos globais de covid-19 caíram 2% na semana passada, apesar do aumento acentuado das infeções que ocorreram recentemente em muitos países da Europa Ocidental, como Reino Unido, França, Suíça ou Espanha, de acordo com o relatório epidemiológico semanal da organização Mundial da Saúde (OMS).

De 13 a 19 de dezembro, foram confirmados 4,1 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus em todo o mundo.

Em dois anos de pandemia foram registadas, no total, 274 milhões de infeções e mais de 5,36 milhões de mortes, segundo dados da agência da ONU com sede em Genebra (Suíça).

Os laboratórios genómicos mundiais detetaram cerca de 14 mil novos casos associados à variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2 na última semana, quatro vezes mais em relação aos cerca de 3.500 nos sete dias anteriores, segundo o relatório da OMS.

É com este cenário de fundo que vários países europeus estão a avançar com novas medidas para lidar com a progressão da pandemia.

A França abriu hoje a vacinação anti-covid-19 para todas as crianças entre os cinco e os 11 anos, de forma voluntária, após o último parecer favorável dos especialistas.

Da mesma forma, Paris quer que, face ao aumento das infeções pela variante Ómicron, a volta das férias seja só feita no início de janeiro e que as empresas aumentem o regime de teletrabalho para três ou quatro dias por semana, quando isso for possível.

Além disso, o executivo francês apresentará na próxima segunda-feira um projeto de lei que visa transformar o certificado covid-19, que é necessário para entrar em bares, restaurantes, cinemas, espetáculos ou estádios, em certificado de vacinação.

Para fazer frente ao avanço da variante Ómicron, considerada mais transmissível em comparação às outras variantes, o Governo alemão e os Estados federados germânicos concordaram com uma série de restrições que entrarão em vigor em 28 de dezembro.

A partir dessa data, os aglomerados com mais de dez pessoas estão proibidos e os estabelecimentos de diversão noturna devem ser encerrados.

Em Itália, uma reunião de especialistas vai estudar a possível introdução de novas restrições.

O primeiro-ministro, Mario Draghi, afirmou que a vacinação obrigatória da população não está em cima da mesa, embora não esteja totalmente descartada.

Entre as medidas que os especialistas irão discutir, o governante referiu especificamente o uso de máscaras ao ar livre, a realização de testes para participar em algumas atividades ou a redução do tempo da validade do certificado sanitário.

A Finlândia aumentou as restrições no setor da restauração e na área dos eventos sociais a partir da véspera de Natal.

A partir de 24 de dezembro, os bares e restaurantes devem deixar de servir bebidas alcoólicas às 21:00 e terão que encerrar as portas uma hora depois, assim como os seus clientes irão precisar de apresentar o certificado sanitário para entrar nas instalações.

As restrições serão ainda mais reforçadas a partir de 28 de dezembro, por um período de três semanas, e afetarão principalmente os bares e discotecas, cuja capacidade será reduzida para metade e que terão de encerrar às 18:00.

A Bélgica estuda impor novamente "bolhas sociais", cancelando alguns eventos e antecipando o encerramento de restaurantes e bares para tentar conter a progressão do novo coronavírus, medidas sobre as quais o comité consultivo belga decidirá no final do dia de hoje.

Por enquanto, um confinamento total semelhante ao aplicado nos Países Baixos está excluído.

Em contraste, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, descartou novas medidas antes do Natal, mas não afastou a possibilidade de aplicar mais restrições na próxima semana, assim que os especialistas tenham mais claro o impacto provocado pela variante Ómicron no sistema de saúde.

Já na Áustria, o número de infeções confirmadas com a variante Ómicron do SARS-CoV-2 aumentou 467% entre 12 e 19 de dezembro, em relação à semana anterior, ao totalizar 278 contágios, enquanto hoje este número já é de 365 casos.

Entretanto, cerca de cinco mil pessoas do Reino Unido - onde a Ómicron já é a variante dominante - chegaram aos Alpes austríacos nos últimos dias, o que significaria, de acordo com a estimativa das autoridades, 15 novos contágios (da Ómicron) por dia.

A nova variante, a Ómicron, classificada como preocupante pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 89 países de todos os continentes, incluindo Portugal.

 

CSR // SCA

Lusa/Fim

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