"A mortalidade da covid-19 é um dado difícil de calcular, mas não porque alguém tente esconder algo, esse não é o caso", disse o Presidente russo na sua conferência de imprensa anual, transmitida pela televisão.
Hoje, a Rússia registou 25.667 novas infeções devido ao SARS-CoV-2 e 1.002 mortes, 18 a menos que no dia anterior.
Desde o início da pandemia, o país já acumulou 10.318.650 casos e 301.271 mortes ligadas à covid-19, embora os dados oficiais de excesso de mortes no país praticamente dupliquem esse número.
Putin sublinhou que os altos números de mortalidade também estão relacionados com a baixa taxa de vacinação e encorajou os russos a perderem o medo da imunização.
Ao mesmo tempo, insistiu que a vacinação não pode ser obrigatória e é preciso "ter paciência e explicar (aos anti-vacinas) a necessidade de adotar certas medidas".
Atualmente, 59,4% da população adulta está imunizada, através das vacinas ou por ter tido a doença, disse Putin, indicando que essa percentagem pode chegar aos 80% no segundo trimestre de 2022.
O chefe do Kremlin defendeu também o reconhecimento mútuo das vacinas contra a covid-19 pelos vários países para derrotar a pandemia do novo coronavírus.
"Por que insisto na necessidade do reconhecimento mútuo das vacinas e a sua distribuição pelo mundo o mais rápido possível e quanto mais melhor? Porque senão não resolvermos este problema a nível global, a humanidade terá que conviver com isso para sempre", declarou a cerca de meio milhar de jornalistas russos e estrangeiros.
A primeira vacina russa, a Sputnik V, registada em mais de 70 países, ainda não recebeu a aprovação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e Moscovo espera que o processo seja concluído no primeiro semestre de 2022.
Além da Sputnik V, a Rússia possui outras três vacinas contra o coronavírus, que são utilizadas na campanha de imunização da população, iniciada em janeiro de 2021.
Esta conferência de imprensa anual -- que Putin instituiu desde 2001 -- serve para o chefe de Estado russo abordar, durante algumas horas, questões políticas, nacionais e internacionais, perante uma audiência que reúne media russos e estrangeiros.
A covid-19 provocou mais de 5,36 milhões de mortes em todo o mundo desde que o coronavírus foi detetado em 2019 na China, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
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