O navio "entrou em águas iemenitas sem qualquer autorização" e "pretendia envolver-se em atos hostis" contra a estabilidade do Iémen, escreveu o porta-voz militar rebelde, Yahya Saree, na rede social Twitter.
O porta-voz do movimento Huthi, Mohamed Abdelsalam, confirmou no Twitter que a operação foi "um sucesso" e ocorreu para "enfrentar a agressão e o bloqueio" impostos pela coligação liderada pela Arábia Saudita e à qual pertencem os Emirados Árabes Unidos, que intervém contra os rebeldes no Iémen desde 2015.
A coligação militar liderada pelos sauditas já havia acusado antes os Huthis de terem "capturado" um navio que estava a transportar "equipamento médico usado para o funcionamento do hospital de campanha saudita em Socotra e cuja missão terminou após a instalação de um hospital na ilha".
A coligação referiu ainda que os Huthis [apoiados pelo Irão] haviam cometido um ato de "pirataria armada" contra o navio cargueiro Rwabee.
"A milícia Huthi deve libertar imediatamente o navio, caso contrário, as forças da coligação tomarão todas as medidas e procedimentos necessários para lidar com esta violação, incluindo o uso da força", declarou num comunicado o brigadeiro general Turki al-Malki.
A unidade da Marinha britânica Commercial Maritime Operations (UKMTO, em inglês), que fornece informações ao comércio marítimo internacional, já tinha relatado o incidente num alerta no seu portal, informando que recebeu indicações de um ataque a 23 milhas náuticas a oeste do terminal portuário de Ras Isa, localizado no Mar Vermelho, no oeste do Iémen.
O barco foi apreendido na província portuária de Hodeida (oeste), no Iémen.
O conflito começou no final de 2014 com os Huthis a controlarem grandes áreas do país e agravou-se no ano seguinte com a intervenção da coligação árabe liderada por Riade em apoio ao governo internacionalmente reconhecido.
Segundo a ONU, a guerra no Iémen matou 377.000 pessoas, 227.000 das quais devido às consequências indiretas do conflito, como a falta de água potável, a fome e as doenças. A organização considera que o conflito provocou a pior crise humanitária do mundo, estimando que mais de 24 milhões de pessoas, cerca de 80% da população do país, precisam de algum tipo de assistência.
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