Rebeldes Huthis confirmam apreensão de navio com "material militar"

Os rebeldes Huthis do Iémen confirmaram hoje que apreenderam um navio com bandeira dos Emirados Árabes Unidos no Mar Vermelho, afirmando que o cargueiro transportava "material militar".

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Lusa
03/01/2022 10:42 ‧ 03/01/2022 por Lusa

Mundo

Iémen

 

O navio "entrou em águas iemenitas sem qualquer autorização" e "pretendia envolver-se em atos hostis" contra a estabilidade do Iémen, escreveu o porta-voz militar rebelde, Yahya Saree, na rede social Twitter.

O porta-voz do movimento Huthi, Mohamed Abdelsalam, confirmou no Twitter que a operação foi "um sucesso" e ocorreu para "enfrentar a agressão e o bloqueio" impostos pela coligação liderada pela Arábia Saudita e à qual pertencem os Emirados Árabes Unidos, que intervém contra os rebeldes no Iémen desde 2015.

A coligação militar liderada pelos sauditas já havia acusado antes os Huthis de terem "capturado" um navio que estava a transportar "equipamento médico usado para o funcionamento do hospital de campanha saudita em Socotra e cuja missão terminou após a instalação de um hospital na ilha".

A coligação referiu ainda que os Huthis [apoiados pelo Irão] haviam cometido um ato de "pirataria armada" contra o navio cargueiro Rwabee.

"A milícia Huthi deve libertar imediatamente o navio, caso contrário, as forças da coligação tomarão todas as medidas e procedimentos necessários para lidar com esta violação, incluindo o uso da força", declarou num comunicado o brigadeiro general Turki al-Malki.

A unidade da Marinha britânica Commercial Maritime Operations (UKMTO, em inglês), que fornece informações ao comércio marítimo internacional, já tinha relatado o incidente num alerta no seu portal, informando que recebeu indicações de um ataque a 23 milhas náuticas a oeste do terminal portuário de Ras Isa, localizado no Mar Vermelho, no oeste do Iémen.

O barco foi apreendido na província portuária de Hodeida (oeste), no Iémen.

O conflito começou no final de 2014 com os Huthis a controlarem grandes áreas do país e agravou-se no ano seguinte com a intervenção da coligação árabe liderada por Riade em apoio ao governo internacionalmente reconhecido.

Segundo a ONU, a guerra no Iémen matou 377.000 pessoas, 227.000 das quais devido às consequências indiretas do conflito, como a falta de água potável, a fome e as doenças. A organização considera que o conflito provocou a pior crise humanitária do mundo, estimando que mais de 24 milhões de pessoas, cerca de 80% da população do país, precisam de algum tipo de assistência.

Leia Também: Navio atacado junto porto de Ras Isa, sauditas acusam rebeldes iemenitas

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