Presidente e PM de Cabo Verde querem "cerrar fileiras" no combate à Covid
O Presidente da República e o primeiro-ministro de Cabo Verde pediram hoje um "cerrar de fileiras" no combate à pandemia do novo coronavírus, com aumento da vacinação, proteção individual e "fiscalização rigorosa" das medidas sanitárias.
© Lusa
Mundo Covid-19
"Devemos concentrar-nos em fazer tudo o que for necessário para estancar e dar um combate eficaz à covid-19", apelou o chefe de Estado, José Maria Neves, numa mensagem conjunta com o chefe do Governo, Ulisses Correia e Silva, sobre a situação epidemiológica.
O país tem registado nos últimos dias recordes diários de novos infetados com o novo coronavírus, com 1.025 na terça-feira, dia em que confirmou a presença da variante Ómicron a circular no arquipélago.
Para o Presidente da República, o aumento do número de casos de infeção poderá pôr em causa e comprometer o "enorme esforço e empenho" do Governo no combate à pandemia, bem como a retoma económica, que já estava numa evolução positiva.
Na sua comunicação, o mais alto magistrado da Nação cabo-verdiana chamou ainda a atenção para a eficácia da vacinação, mas lamentou que muitas pessoas ainda não estejam vacinadas.
"Resistem. Colocam em risco a sua própria saúde e a dos seus familiares e pessoas mais próximas, sobretudo a saúde, já de si frágil, dos mais idosos", lamentou, pedindo também às autoridades competentes para exerceram uma "fiscalização rigorosa" do cumprimento das normas sanitárias em vigor.
"Só o respeito escrupuloso das medidas preventivas por parte de todos nos dará a garantia de que a comunidade estará mais segura e protegida", salientou José Maria Neves, numa mensagem alternada em português e crioulo, língua materna de Cabo Verde.
O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, também destacou o "bom combate" que tem sido travado contra a pandemia da covid-19, algo que quer que continue a ser feito, indicando que a melhor resposta é a vacinação e a proteção individual.
"Muita coisa está em causa com esta crise pandémica, a vida, a saúde, a economia, o emprego o rendimento e a vida social. Temos, por isso, todas as razões para cerrar fileiras e fazer aquilo que deve ser feito, em nome de cada cabo-verdiana e de cada cabo-verdiano e do país", pediu.
Para o chefe do Governo, o aumento do número de casos neste momento poderá provocar pressão no Sistema Nacional de Saúde (SNS), avançando, entretanto, que vai ser reforçado, com a contração de mais pessoal, mais concretamente enfermeiros.
As declarações do Presidente da República e do primeiro-ministro, que aconteceram na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), onde estiveram presentes várias outras entidades nacionais e estrangeiras, foram antecedidas de uma apresentação da situação epidemiológica do país, por parte do diretor nacional de Saúde, Jorge Noel Barreto.
O profissional de saúde avançou que neste momento Cabo Verde tem uma taxa de incidência acumulada de 810 casos por 100 mil habitantes, uma taxa de transmissibilidade de 2,52, taxa de positividade de 21,2% e uma taxa de ocupação hospitalar de 30%.
O responsável do Ministério da Saúde disse que esses indicadores colocam Cabo Verde numa "área de risco vermelha", mas salientou que as estruturas de saúde não estão no seu limite, embora reconheceu que as autoridades sanitárias estão apreensivas por causa das incógnitas quanto à evolução da pandemia no arquipélago.
Quanto à vacinação, Jorge Barreto avançou que até domingo último 84,1% dos adultos no país já estavam imunizados com a primeira dose, 70,8% com a segunda, 1,8% com a dose de reforço e 46,5% dos menores dos 12 aos 17 anos também já tinham recebido a primeira dose.
Na semana passada, o Governo elevou o país a situação de contingência, até 20 de janeiro, e apertou várias regras para tentar conter a propagação do vírus no país.
Neste momento, Cabo Verde tem um acumulado de 44.592 casos de infeção pelo novo coronavírus, 5.568 casos ativos, 38.643 casos considerados recuperados e 354 óbitos provocados pela doença.
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