China condena sanções dos EUA à Eritreia

A China condenou hoje as sanções impostas pelos Estados Unidos da América à Eritreia, no final de uma reunião do ministro dos Negócios Estrangeiros chinês com o seu homólogo eritreu, no início de uma visita a vários países africanos.

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Lusa
05/01/2022 15:45 ‧ 05/01/2022 por Lusa

Mundo

Eritreia

"As duas partes concordaram em defender os valores comuns de paz, desenvolvimento, equidade, justiça, democracia e liberdade para toda a humanidade e em opor-se à interferência hegemónica nos assuntos internos de outros países sob o pretexto da democracia e dos direitos humanos", lê-se na declaração citada pela agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP).

No ano passado, os EUA impuseram sanções à Eritreia devido ao envolvimento do seu exército na guerra que decorre no norte da Etiópia, o país vizinho, uma iniciativa que a Eritreia classificou de "ilegal e imoral".

As forças etíopes e eritreias têm sido acusadas de homicídios e violações em massa na região do Tigray, que tem sido palco de conflito desde novembro de 2020, e Washington tem repetidamente apelado a que a Eritreia retire as suas forças.

No primeiro dia de uma visita que vai também levar o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, ao Quénia e às Ilhas Comores, o diplomata reuniu-se com o Presidente e com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Eritreia, Issaias Afeworki e Osman Saleh, respetivamente, e no final das reuniões foi emitida uma declaração segundo a qual a China "opõe-se a quaisquer sanções unilaterais contra a Eritreia".

Por seu lado, a Eritreia comprometeu-se novamente com a sua "adesão ao princípio de uma só China".

A Eritreia é um dos países que aderiu no ano passado à Rota do Sede, um projeto chinês multibilionário de construção de infraestruturas em vários pontos do globo, nomeadamente em África.

Em novembro, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, também fez uma série de visitas a países africanos, pelo que a viagem de Wang Yi é vista como uma tentativa de reforçar a crescente influência da China em África e contrariar o ascendente dos EUA.

Pequim é o maior parceiro comercial do continente, com um comércio direto de mais de 200 mil milhões de dólares (176,4 mil milhões de euros) em 2019, de acordo com os números oficiais da China, país que é frequentemente acusado de utilizar o seu estatuto de credor para obter concessões diplomáticas e comerciais, suscitando preocupações sobre a capacidade de muitos Estados africanos para sustentar as dívidas contraídas.

Leia Também: Governo etíope pede a EUA que reverta decisão nas sanções à Eritreia

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