Em declarações a jornalistas após uma visita a um centro de vacinação em Northampton, no centro do país, o chefe do Governo recusou tornar obrigatória por lei a vacinação contra a covid-19 como acontece noutros países, reiterando que vai manter uma "abordagem voluntária" no Reino Unido.
Porém, denunciou os ativistas antivacinas por "lançarem disparates" e de espalharem "mumbo-jumbo" [linguagem complicada e duvidosa] nas redes sociais.
"É uma tragédia termos toda esta pressão sobre o NHS [serviço de saúde público], todas as dificuldades que os nossos médicos e enfermeiras estão a enfrentar e termos pessoas por aí a lançarem disparates completos sobre a vacinação".
Na sua opinião, continuou, "eles estão totalmente errados" e defendeu ser altura de confrontá-los.
"É absolutamente errado, é totalmente contraproducente, e as coisas que eles estão a pôr nas redes sociais são 'mumbo jumbo'", vincou.
O primeiro-ministro avisou que "é demasiado tarde para ser vacinado" quando as pessoas infetadas com covid-19 são hospitalizadas, o que acontece em cerca de um terço dos casos.
"Quando olhamos para o que está a acontecer com os pacientes que chegam ao hospital, um grande número deles, talvez 30% a 40%, não foram vacinados de todo, e isso é ainda mais verdadeiro para as pessoas que vão para os cuidados intensivos. A grande maioria deles não foi vacinada e uma esmagadora maioria não teve o reforço", enfatizou.
Na quarta-feira estavam hospitalizados 17.988 pacientes, o valor mais alto desde meados de fevereiro de 2021, refletindo o impacto da variante Ómicron, que fez disparar o número de infeções.
O Reino Unido registou 179.756 novos casos e 231 mortes de covid-19 nas últimas 24 horas, menos do que os 194.747 casos e 334 mortes notificados no dia anterior.
Atualmente, 60,6% da população britânica com mais de 12 anos já recebeu a terceira dose ou vacinação de reforço, considerada importante para a melhorar a imunidade contra a variante Ómicron, mas cerca de 10% ainda não recebeu uma primeira dose.
A covid-19 provocou 5.456.207 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 na China e atualmente com variantes identificadas em diversos países, como a Ómicron, considerada preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), já registada em pelo menos 110 países.
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