Macron assume "totalmente" querer chatear franceses não vacinados

O Presidente francês, Emmanuel Macron, disse hoje assumir "totalmente" as suas polémicas declarações de que queria chatear os franceses não vacinados contra a covid-19, condenando quem "tornou a liberdade em irresponsabilidade".

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© Christoph Soeder/picture alliance via Getty Images

Lusa
07/01/2022 13:03 ‧ 07/01/2022 por Lusa

Mundo

Covid-19

"Podemos ficar chocados com certas expressões familiares, que eu assumo totalmente. Eu estou chocado com a situação em que nos encontramos. A verdadeira fratura do país é essa. Quando alguns fazem da sua liberdade, que se torna numa irresponsabilidade, um slogan, não só metem em perigo vidas, mas restringem também a liberdade dos outros. E isso não posso permitir", declarou Macron, respondendo a jornalistas durante uma conferência de imprensa.

Emmanuel Macron estava acompanhado de Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, e os restantes comissários europeus, que se encontram em Paris para a tradicional visita de início da presidência rotativa do Conselho da União Europeia, assumida pela França no dia 01 de janeiro.

O chefe de Estado francês assumiu a expressão "emmerder", equivalente à expressão chatear em português e utilizada de forma muito familiar em França, quando se referiu às pessoas não vacinadas numa entrevista dada esta semana ao jornal "Le Parisien".

A expressão chocou a sociedade francesa, causando reações políticas fortes de condenação do Presidente por não só falar de uma forma pouco apropriada, mas alienar uma parte da população assumindo que lhes quer dificultar a vida.

O Presidente francês defendeu também hoje que a utilização desta expressão serviu para "alertar" o país e para encorajar à vacinação em França. 

Para Emmanuel Macron, outro passo importante para a proteção da sociedade francesa foi a aprovação do passe vacinal por parte da Assembleia Nacional na madrugada de quinta-feira, defendendo que é uma medida que se está a difundir em toda a Europa, algo que mereceu a concordância de Ursula von der Leyen.

"O certificado de vacinas é uma forma de proteção para aqueles que estão vacinados. E como o Presidente disse, é um instrumento que o Governo pode utilizar. Penso que esta discussão sobre a responsabilidade e a liberdade é muito importante na nossa sociedade, em tempos de pandemia", disse a responsável.

Esta visita marca o início da presidência francesa do Conselho da União Europeia, antecedendo o discurso de Emmanuel Macron no Parlamento Europeu em Estrasburgo, que vai acontecer a 19 de janeiro.

Leia Também: Cazaquistão. Von der Leyen e Macron apelam ao fim da violência

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