Os três homens brancos culpados pelo homicídio de Ahmaud Arbery, no estado norte-americano da Geórgia, serão esta sexta-feira condenados a prisão perpétua. Apenas está por decidir se poderão solicitar liberdade condicional ao fim de 30 anos.
Recorde-se que Gregory McMichael, de 64 anos, o seu filho Travis McMichael, de 34 anos e William Bryan, de 50 anos, foram acusados cada um de nove crimes, incluindo quatro crimes de homicídio, dois de agressão agravada e um crime de homicídio malicioso, sendo a sentença conhecida em novembro do ano passado.
Os três homens estão ainda a aguardar um julgamento em fevereiro por crime de ódio, sendo acusados de terem violado os direitos civis de Arbery por o terem atacado pela sua cor de pele e raça.
Os advogados de defesa pretendem recorrer da condenação, assim como solicitar a possibilidade de liberdade condicional, segundo a Reuters.
Na tarde do dia 23 de fevereiro de 2020, Ahmaud Arbery, de 25 anos, estava a correr num bairro de Brunswick quando Gregory, antigo agente da polícia, e Travis pegaram nas suas armas, entraram na sua carrinha e iniciaram a perseguição ao rapaz, alegando pensarem que este estava a fugir da cena de um crime.
William Bryan também se juntou à perseguição, que culminou numa disputa entre Travis e Ahmaud, sobre o qual disparou três vezes. O homicídio foi filmado por Bryan, sendo que Arbery tinha consigo apenas a sua roupa e ténis de corrida.
Além disso, numa audiência no tribunal, Richard Dial, um dos investigadores do caso, afirmou que Bryan ouviu Travis McMichael usar uma expressão de cariz racista depois de disparar contra Arbery.
O caso ganhou relevo meses depois, quando o vídeo se tornou público e gerou protestos em todo o país, visto ter colocado em evidência um problema de racismo sistémico nos Estados Unidos.
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