Líbano pode receber ajuda do FMI se fizer reformas

O chefe da diplomacia da Áustria disse hoje que o Fundo Monetário Internacional (FMI) pode ajudar o Líbano a sair da sua profunda crise económica, mas que só o fará se Beirute fizer reformas de fundo.

Notícia

© reuters

Lusa
12/01/2022 12:16 ‧ 12/01/2022 por Lusa

Mundo

FMI

 O chefe da diplomacia da Áustria disse hoje que o Fundo Monetário Internacional (FMI) pode ajudar o Líbano a sair da sua profunda crise económica, mas que só o fará se Beirute fizer reformas de fundo.

Alexander Schallenberg, que falava aos jornalistas após ser recebido, em Beirute, pelo homólogo libanês, Abdallah Bouhabib, adiantou que a União Europeia (UE) também quer ajudar, mas lembrou que terá de prosseguir a investigação às explosões no porto da capital libanesa, em agosto de 2020, que provocou mais de 200 mortes, e reestruturar todo o setor bancário.

A crise económica do Líbano, sobretudo desde 2019, está enraizada em décadas de corrupção e má gestão da classe política do país e nas disputas entre grupos rivais que, até agora, têm impedido as reformas exigidas pela comunidade internacional para libertar milhões de dólares de ajuda.

"Francamente, estamos muito preocupados com o que está a acontecer no país. A nossa mensagem é a seguinte: ajudem-nos a ajudar-vos", frisou Schallenberg, realçando que a Áustria "continuará ao lado" do povo libanês e que, mais importante, Viena "quer ver é mais ação" da parte das autoridades libanesas.

"A solução está nas mãos dos líderes do país", insistiu Schallenberg, à semelhança do que têm dito vários líderes europeus, nomeadamente o Presidente francês, Emmanuel Macron, que já organizou várias conferências de doadores para o Líbano.

Por seu lado, o chefe da diplomacia libanesa disse aos jornalistas que o Governo está a trabalhar nas reformas, inclusive no setor de eletricidade, onde a corrupção é mais visível.

Bouhabib acrescentou esperar que Beirute chegue a um acordo com o FMI até o final de fevereiro.

"Tem que haver um acordo entre o Líbano e o FMI, para que nós, como UE, possamos dar assistência económica", concluiu Schallenberg.

A crise económica do Líbano foi descrita pelo Banco Mundial (BM) como uma das piores do mundo desde a década de 1850. 

Dezenas de milhares de pessoas perderam os empregos desde outubro de 2019 e a libra libanesa perdeu mais de 90% do seu valor, deixando na pobreza quase 80% dos seis milhões de habitantes e um milhão de refugiados sírios.

No meio da crise, o Governo do Líbano não se reúne desde 12 de outubro. 

O poderoso Hezbollah e o grupo aliado Amal, do presidente do Parlamento Nabih Berri, exigiram que o juiz que lidera a investigação sobre a explosão no porto seja afastado do caso.

As explosões de 04 de agosto de 2020, que as autoridades libanesas atribuem a um incêndio num depósito no porto onde se encontravam armazenadas cerca de 2.750 toneladas de nitrato de amónio, deixaram cerca de 300.000 pessoas desalojadas, mais de 200 mortos e de 6.500 feridos, além de mais de duas dezenas de desaparecidos.

 

Leia Também: Líbano: Investigação à explosão no porto de Beirute novamente suspensa

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas