Duas doses da Coronavac "neutralizam" Ómicron, diz laboratório brasileiro
Duas doses da vacina Coronavac contra o novo coronavírus, da chinesa Sinovac, "neutralizam a variante Ómicron", referem estudos fornecidos hoje pelo Instituto Butantan, que desenvolve o imunizante em solo brasileiro.
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Mundo Covid-19
Segundo o Butantan, com sede no estado de São Paulo e que produz no Brasil a Coronavac, ao canal televisivo CNN Brasil, a efetividade da vacina foi comparada em quatro estudos científicos, sendo que o primeiro reuniu resultados do ensaio de neutralização da Coronavac para a Ómicron e os outros três trabalhos referem-se a diferentes ensaios de neutralização da vacina Pfizer contra a nova variante do coronavírus.
Os estudos apontaram que a capacidade da vacina chinesa para neutralizar a Ómicron é igual ou superior à do imunizante da Pfizer para a mesma linhagem.
De acordo com a CNN, para a análise os cientistas geraram partículas semelhantes ao vírus contendo a proteína Spike de sete estirpes do novo coronavírus: as variantes de preocupação Ómicron, Alfa, Beta, Gama e Delta, além das variantes de interesse Lambda e Mu.
A partir das partículas das sete estirpes, os cientistas avaliaram a resposta viral à exposição aos anticorpos neutralizantes contidos nas amostras de soro de 16 pacientes convalescentes de covid-19, que contraíram o vírus original, entre janeiro e março de 2020.
O ensaio de neutralização revelou que 16 amostras mostraram reduções médias de 10,5 vezes da neutralização contra a Ómicron, 2,2 vezes contra a Alfa, 5,4 vezes contra a Beta, 4,8 vezes contra a Gama, 2,6 vezes contra a Delta, 1,9 vezes contra a Lambda e 7,5 vezes contra a variante Mu.
Posteriormente, a mesma análise foi realizada com os anticorpos neutralizantes presentes no soro de 20 pessoas que completaram o esquema de duas doses da Coronavac, administradas entre maio e junho de 2021.
Nessa fase, os cientistas verificaram que o plasma dos vacinados com duas doses da Coronavac mostraram uma redução de neutralização média de 12,5 vezes face à Ómicron, de 2,9 vezes contra a Alfa, 5,5 vezes contra a Beta, 4,3 vezes contra a Gama, 3,4 vezes contra a Delta, 3,2 vezes contra a Lambda e 6,4 vezes contra a variante Mu.
O ensaio de neutralização da Ómicron pela Coronavac, conduzido por investigadores chineses, foi publicado na segunda-feira no periódico científico 'Emerging Microbes&Infections'.
Juntamente com os Estados Unidos da América e Índia, o Brasil é um dos países mais afetados pela pandemia, com mais de 620 mil mortes e 22,6 milhões de pessoas infetadas com o vírus.
A covid-19 provocou 5.503.347 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Uma nova variante, a Ómicron, considerada preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, em novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 110 países.
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