"Não o deveríamos arrastar (ao gasoduto) para este conflito", disse Christine Lambrecht, na rádio RBB.
"Devemos resolver este conflito, e devemos fazê-lo em negociações -- é a oportunidade que temos neste momento --, (...) mais do que estabelecer ligações com projetos que não têm relação com o conflito", acrescentou a ministra social-democrata.
Washington e os aliados europeus de Kiev acusam Moscovo de ter concentrado tropas junto da fronteira ucraniana para uma invasão.
O chanceler alemão, o também social-democrata Olaf Scholz, tinha ameaçado com consequências para o gasoduto, se os russos invadissem a Ucrânia. Depois, relativizou, ao dizer que o Nord Stream é um projeto puramente "privado", o que ilustra a ambiguidade alemã neste assunto.
o secretário-geral do Partido Social-Democrata (SPD, na sigla em Alemão), Kevin Kühnert, por seu lado, afirmou em 10 de janeiro que este controverso gasoduto estava "quase" em atividade.
"Há autorizações, portanto, questões jurídicas, que ainda impedem uma exploração definitiva. Mas é preciso que, a determinada altura, haja uma paz política e uma paz jurídica sobre este assunto", avançou.
O gasoduto está á espera da sua certificação pelo regulador alemão da energia.
Estas posições da ministra e de um dirigente do SPD contrastam nitidamente com as ameaças proferidas pelos ecologistas, que também integram a coligação governamental que sucedeu a Ângela Merkel.
Em 12 de dezembro, a ministra dos Negócios Estrangeiros, a ecologista Annalena Baerbock declarou que o gasoduto não seria autorizado a funcionar, em caso de "escalada" na Ucrânia. a mesma posição foi tampem defendida pelo seu colega de partido, o ministro da Economia e do Clima, Robert Habeck.
Estas dissonâncias surgem no momento em que senadores democratas dos EUA, de primeira fila, apresentaram na quarta-feira um novo projeto de sanções que visa punir o presidente russo, Vladimir Putin, em caso de invasão da Ucrânia pela Federação Russa.
O projeto de lei encoraja os UA a "conceber todas as medidas disponíveis e apropriadas" para garantirem que o Nord Stream 2, qualificado como instrumento de "influência malfazeja da Federação Russa", não entra em funcionamento.