Rússia e países ocidentais continuam em posições "totalmente divergentes"

O porta-voz do governo russo, Dimitri Peskov, disse hoje que a Rússia e os países ocidentais mantêm-se em posições "totalmente divergentes" apesar de uma semana de intensa diplomacia.

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© Mikhail Svetlov/Getty Images

Lusa
16/01/2022 16:43 ‧ 16/01/2022 por Lusa

Mundo

Dimitri Peskov

"Não sabemos qual será o resultado, já tivemos estas três sessões de conversações, há alguns pontos de acordo entre nós. Mas em geral, em questões de princípio, podemos dizer que nos mantemos em posições divergentes, em posições totalmente divergentes. E isso não é bom, é inquietante", afirmou, em declarações à cadeia de televisão norte-americana CNN.

Europeus e norte-americanos acusaram a Rússia de ter concentrado perto de cem mil militares na fronteira com a Ucrânia com vista a uma potencial invasão.

Os serviços secretos dos EUA afirmaram mesmo que Moscovo já colocou agentes no leste da Ucrânia para desenvolverem operações de "sabotagem" que criem um "pretexto" para uma ofensiva.

O Kremlin rejeitou as acusações e assegurou querer responder a uma postura da NATO que considera ameaçadora, e pediu garantias de que a Ucrânia não vai aceitar aderir a esta aliança de defesa.

"Ninguém está a ameaçar com uma ação militar", disse Dmitri Peskov à CNN.

"Mas estaremos prontos a retaliar" se a NATO não responder às exigências russas, acrescentou, sem dar mais pormenores.

O porta-voz do Kremlin disse não estar a falar "de amanhã, não é uma questão de horas", mas afirmou que a Rússia não quer "ver as negociações durarem um mês, um ano" apenas para discutir "os desacordos".

"Queremos sentir o início de uma vontade de as nossas preocupações serem levadas em conta. Nesta fase, infelizmente, não conseguimos alcançar este resultado", disse.

Dmitri rejeitou também a ameaça dos EUA de sanções sem precedentes no caso de uma invasão da Ucrânia.

"Seria um grande erro" porque "levaria a uma rutura na relação entre os nossos dois países", afirmou.

Delegações dos Estados Unidos e da Rússia reuniram-se durante dois dias na última semana para debater as questões da Ucrânia e do controlo do armamento nuclear.

A tensão entre a Rússia e a Ucrânia marcou também, na última semana, a agenda europeia: na segunda-feira, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, reuniu-se com o chefe da diplomacia da Ucrânia, Dmytro Kuleba, antes de uma reunião da Comissão Ucrânia-Aliança Atlântica.

No dia seguinte, houve também uma reunião Rússia-NATO.

Leia Também: Sanções dos EUA contra Putin "ultrapassam os limites", diz Kremlin

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