No dia em que os Estados Unidos celebram o feriado do Dia de Martin Luther King, Biden lembrou que este é o momento para todos os norte-americanos fazerem "ouvir a sua voz", em defesa de valores essenciais da democracia do seu país.
Os principais eventos do feriado incluíram marchas em várias cidades e o culto anual de Martin Luther King na Igreja Batista Ebenezer, do líder dos direitos civis assassinado em Atlanta aos 39 anos e que hoje faria 93 anos.
Nas cerimónias do feriado, o filho mais velho de King criticou Biden e o Congresso por não aprovarem a legislação sobre direitos de voto, mesmo que 19 estados liderados por republicanos tenham dificultado a votação em resposta às falsas alegações do ex-Presidente Donald Trump sobre fraude eleitoral.
"Teve sucesso com a lei das infraestruturas, o que é ótimo -- mas precisamos que use essa mesma energia para garantir que todos os americanos tenham o mesmo direito de voto", disse Martin Luther King III, dirigindo-se a Biden.
Os republicanos do Senado permanecem unidos em oposição à reforma eleitoral dos democratas, que Biden descreveu como um "verdadeiro ataque à democracia", dizendo ser essencial proteger o direito ao voto por parte das minorias.
"Não é apenas sobre quem vota. É sobre quem conta os votos. E se o seu voto conta. São duas coisas insidiosas: supressão de eleitores e subversão eleitoral", disse Biden, referindo-se às principais ameaças sobre a transparência do processo eleitoral, sobretudo nos estados mais conservadores.
O senador Tim Scott, da Carolina do Sul, republicano negro do Senado, respondeu com uma série de vídeos com o tema do feriado de Martin Luther King que, na sua opinião, sublinham os avanços positivos nos direitos civis.
Scott evitou as críticas sobre as ações do Partido Republicano e acusou os democratas de rotular os membros do seu partido como racistas.
"Comparar ou confundir pessoas que se opõem às suas posições como racistas e traidoras do país não é apenas insultuoso e enfurecedor. É totalmente errado", disse Scott.
Martin Luther King JR. - que fez o histórico discurso "Eu tenho um sonho", enquanto liderava a marcha de 1963 em Washington, e que foi premiado com o Prémio Nobel da Paz em 1964 - considerou a igualdade racial inseparável do alívio da pobreza.
Hoje, num discurso proferido no âmbito das celebrações do feriado, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, reconheceu que a economia dos EUA "nunca funcionou de forma justa para os negros americanos -- ou, na verdade, para qualquer americano de cor".
Yellen disse que o Governo dos EUA procura garantir que nenhuma instituição económica deixe de trabalhar para pessoas de cor, recordando que a equidade foi incorporada no Plano de Recuperação Americano, para que as comunidades negras recebessem ajuda financeira significativa.
"Ainda há muito trabalho que o Departamento de Tesouro precisa de fazer para diminuir a divisão racial de riqueza", admitiu Yellen.
Leia Também: Joe Biden denuncia "antissemitismo e ascensão do extremismo" nos EUA