Liga Árabe pede que houthis do Iémen sejam considerados terroristas

A Liga Árabe pediu hoje a todos os países que considerem os rebeldes houthis no Iêmen como uma "organização terrorista", após o ataque de mísseis de segunda-feira, contra os Emirados Árabes Unidos (EAU), que provocou três mortes.

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Lusa
23/01/2022 13:50 ‧ 23/01/2022 por Lusa

Mundo

Emirados Árabes Unidos

Numa sessão extraordinária realizada hoje no Cairo, a Liga Árabe pediu a "todos os países que classifiquem o movimento houthi como uma organização terrorista, na sequência de ataques com mísseis e aviões não tripulados ('drones') contra os Emirados Árabes Unidos".

Num comunicado, a organização pan-árabe pediu igualmente ao Conselho de Segurança da ONU que tome "uma postura firme e unida" contra os ataques dos insurgentes houthis e apoiou o direito dos EUA à "legítima defesa", para responder às "agressões ao direito internacional".

Na passada segunda-feira, os rebeldes xiitas, apoiados pelo Irão, atacaram uma zona do aeroporto internacional de Abu Dhabi e uma zona industrial desta cidade, provocando uma severa resposta da coligação militar liderada pela Arábia Sauita contra as posições houthis no Iémen.

Ao longo desta semana, a coligação lançou um violento ataque contra a capital do Iémen, Saná, que provocou 14 mortos e 11 feridos.

Na sexta-feira, aviões de combate da coligação realizaram uma ação em que destruíram a torre de telecomunicações na cidade de Al Hudeida, o que causou uma interrupção total do serviço de Internet em todo o país, enquanto um outro ataque, nesse mesmo dia, contra um centro de detenção em Saada, no norte do Iémen, provocou quase 90 mortos e mais de 200 feridos.

Após o ataque aos EAU, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que o seu Governo está a reconsiderar a possibilidade de voltar a incluir os houthis na sua lista de organizações terroristas.

No início do ano passado, o Governo dos EUA tinha removido os houthis dessa lista, revertendo uma decisão anteriormente tomada pelo ex-Presidente Donald Trump, nos seus últimos dias no poder.

A decisão de Biden foi tomada "em reconhecimento à terrível situação humanitária no Iémen", palco da pior tragédia humanitária do mundo, segundo a ONU.

O conflito armado no Iémen começou em 2014, quando os rebeldes houthis ocuparam Saná e outras províncias do país, e, em março de 2015, o conflito agravou-se, com a intervenção da coligação árabe.

Leia Também: Liga Árabe condena plano para duplicar população nos Montes Golã

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