Numa sessão extraordinária realizada hoje no Cairo, a Liga Árabe pediu a "todos os países que classifiquem o movimento houthi como uma organização terrorista, na sequência de ataques com mísseis e aviões não tripulados ('drones') contra os Emirados Árabes Unidos".
Num comunicado, a organização pan-árabe pediu igualmente ao Conselho de Segurança da ONU que tome "uma postura firme e unida" contra os ataques dos insurgentes houthis e apoiou o direito dos EUA à "legítima defesa", para responder às "agressões ao direito internacional".
Na passada segunda-feira, os rebeldes xiitas, apoiados pelo Irão, atacaram uma zona do aeroporto internacional de Abu Dhabi e uma zona industrial desta cidade, provocando uma severa resposta da coligação militar liderada pela Arábia Sauita contra as posições houthis no Iémen.
Ao longo desta semana, a coligação lançou um violento ataque contra a capital do Iémen, Saná, que provocou 14 mortos e 11 feridos.
Na sexta-feira, aviões de combate da coligação realizaram uma ação em que destruíram a torre de telecomunicações na cidade de Al Hudeida, o que causou uma interrupção total do serviço de Internet em todo o país, enquanto um outro ataque, nesse mesmo dia, contra um centro de detenção em Saada, no norte do Iémen, provocou quase 90 mortos e mais de 200 feridos.
Após o ataque aos EAU, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que o seu Governo está a reconsiderar a possibilidade de voltar a incluir os houthis na sua lista de organizações terroristas.
No início do ano passado, o Governo dos EUA tinha removido os houthis dessa lista, revertendo uma decisão anteriormente tomada pelo ex-Presidente Donald Trump, nos seus últimos dias no poder.
A decisão de Biden foi tomada "em reconhecimento à terrível situação humanitária no Iémen", palco da pior tragédia humanitária do mundo, segundo a ONU.
O conflito armado no Iémen começou em 2014, quando os rebeldes houthis ocuparam Saná e outras províncias do país, e, em março de 2015, o conflito agravou-se, com a intervenção da coligação árabe.
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