"É com grande preocupação que registamos estas ações norte-americanas", disse o porta-voz da Presidência russa (Kremlin), Dmitry Peskov, citado pelas agências noticiosas France-Presse (AFP) e a espanhola EFE.
O secretário da Defesa dos Estados Unidos da América (EUA) colocou cerca de 8.500 militares em alerta máximo, prontos para serem mobilizados pela NATO, se necessário, face ao aumento de receios de uma invasão da Ucrânia pela Rússia, anunciou o Pentágono (Departamento de Defesa norte-americano) na segunda-feira.
Peskov disse que os Estados Unidos estão, "de facto", a provocar uma "exacerbação das tensões".
O porta-voz do Kremlin disse que a Rússia aguarda, esta semana, respostas escritas dos Estados Unidos e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês) sobre as garantias de segurança exigidas por Moscovo.
Peskov referiu que o anúncio dos Estados Unidos de um alerta de tropas não tem qualquer relação com as negociações.
"Na sua fase atual, as negociações foram concluídas. Antes de podermos compreender como vamos continuar, temos de receber o texto [das respostas dos EUA e da NATO], que esperamos esta semana", disse Peskov na sua videoconferência de imprensa diária.
As garantias de segurança exigidas pela Rússia incluem o fim da expansão da NATO, particularmente na Ucrânia e na Geórgia, a cessação de toda a cooperação militar com Kiev e a retirada de tropas e armamento da Aliança Atlântica para as suas posições anteriores a 1997.
Peskov recusou-se a comentar as possíveis respostas de Moscovo a uma recusa dos Estados Unidos e da NATO em satisfazer as suas exigências.
"Quando tivermos as respostas, analisá-las-emos e afirmaremos a nossa posição", disse o porta-voz do Presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Os países ocidentais acusam a Rússia de enviar um grande número de tropas para a fronteira da Ucrânia com a intenção de invadir novamente o país vizinho, depois de ter anexado a península ucraniana da Crimeia, em 2014.
A Rússia nega quaisquer planos para uma ofensiva, mas associa uma diminuição das tensões a tratados que garantam que a NATO não se expandirá para países do antigo bloco soviético.
Estas exigências têm sido consideradas inaceitáveis na Europa e nos Estados Unidos.
[Notícia atualizada às 11h37]
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