UE deplora "contínua repressão das vozes críticas da sociedade russa"

A Comissão Europeia deplorou hoje a inclusão do nome do opositor russo Alexei Navalny na lista de "terroristas e extremistas" da Rússia, comentando que, infelizmente, Moscovo prossegue a sua "repressão das vozes críticas da sociedade russa".

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Lusa
25/01/2022 12:12 ‧ 25/01/2022 por Lusa

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Navalny

"Infelizmente, a Rússia prossegue a sua repressão contra a sociedade civil, contra as vozes críticas, e continua a usar a legislação para diminuir o espaço para o pensamento crítico. A aplicação de leis para designar alguém como sendo um agente estrangeiro ou uma organização terrorista é basicamente usada para afastar todos os críticos do domínio público e para tornar a sua vida ainda mais difícil", comentou o porta-voz do executivo comunitário para os Negócios Estrangeiros.

Apontando que a Comissão Europeia já se pronunciou "em numerosas ocasiões" quando esta legislação foi adotada e foram elaboradas tais designações, Peter Stano, porta-voz principal do Alto Representante da União Europeia (UE) para a Política Externa e vice-presidente do executivo comunitário Josep Borrell, disse que apenas pode "reforçar a posição" da UE, no sentido de que "isto não é aceitável" e faz parte de "uma opressão contínua contra as vozes críticas da sociedade russa".

O nome de Navalny, preso há um ano, foi colocado na lista de "terroristas e extremistas" da Rússia, segundo um documento do serviço de informação financeira russo (Rosfinmonitoring), tendo também a advogada Lioubov Sobol, sua aliada e que está exilada devido a processos judiciais na Rússia, sido incluída igualmente nesta lista.

De acordo com o Fundo de Luta Contra a Corrupção (FBK, na sigla em russo), a organização de Navalny que foi banida em junho, pelo menos outras nove pessoas com ligações ao opositor russo também foram adicionadas à lista.

Esta decisão faz parte de um contexto de repressão total na Rússia contra opositores e vozes críticas do Governo do Presidente russo, Vladimir Putin.

Em meados de janeiro, os dois principais aliados de Navalny, Ivan Jdanov e Leonid Volkov, que também vivem no exílio, foram adicionados à lista da Rosfinmonitoring.

A lista da Rosfinmonitoring inclui milhares de indivíduos e centenas de organizações políticas, islâmicas, religiosas e ultranacionalistas proibidas na Rússia, integrando, por exemplo, os talibãs, no poder no Afeganistão desde agosto de 2021, e o grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI).

Alexei Navalny foi detido em 17 de janeiro de 2021, no aeroporto de Moscovo, quando regressava da Alemanha após um período de convalescença, no seguimento de um envenenamento que o opositor atribui ao Kremlin (Presidência russa).

Berlim recebeu Navalny quando ele estava em coma e foram os cientistas do exército alemão que identificaram o veneno utilizado, uma substância neurotóxica desenvolvida pelos militares da época soviética.

A Rússia nunca abriu uma investigação sobre a tentativa de assassínio do opositor, alegando não ter pistas sobre o incidente e acusando Berlim de não partilhar as análises médicas de Navalny.

O ativista, que ao longo dos anos tem denunciado a corrupção das elites russas, foi condenado a dois anos e meio de prisão por um caso de "fraude", processo que ele afirma ter motivos políticos, e é ainda alvo de novos processos, em particular por "extremismo", o que pode implicar um agravamento do período de detenção do opositor russo.

Leia Também: Rússia coloca Navalny na lista de "terroristas e extremistas"

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