Os militares senegaleses, que integram a missão da CEDEAO estacionada na Gâmbia, a ECOMIG, "são provavelmente reféns do MFDC" (Movimento das Forças Democráticas de Casamansa), a rebelião armada que luta há cerca de 40 anos pela independência de Casamansa, província do sul do Senegal que faz fronteira com a Guiné-Bissau, lê-se num comunicado do exército.
"As operações para os encontrar e proteger a zona estão em curso", acrescenta-se no comunicado.
A nota do exército senegalês adianta que durante os confrontos registados após uma "vigorosa ação militar", um dos rebeldes foi morto e três feitos prisioneiros.
Numa informação divulgada na segunda-feira, em que dava conta das duas baixas sofridas, um oficial superior e um oficial subalterno, o exército senegalês alegou ter aprisionado dois rebeldes.
Os confrontos com os alegados rebeldes ocorreram "no âmbito de uma ação de segurança e combate ao tráfico ilícito, em particular contra a exploração criminosa de madeira na fronteira com a Gâmbia", lê-se no comunicado de hoje.
"Durante os últimos cinco meses, 77 camiões que transportavam ilegalmente madeira do Senegal foram imobilizados pelo destacamento senegalês destacado na ECOMIG.
Autoridades locais de Casamansa e ambientalistas denunciam regularmente o envolvimento, segundo eles, de gambianos no tráfico de madeira na região e que é imputado aos MFDC.
Casamansa é palco de um dos conflitos mais antigos da África desde que os separatistas passaram a combater a partir das matas após a repressão de uma marcha em dezembro de 1982.
Depois de causar milhares de vítimas e devastar a economia senegalesa, o conflito passou a ser de baixa intensidade, com o Senegal a tentar normalizar a vida na província, tendo-se comprometido a reinstalar os deslocados.
A ECOMIG foi criada pela CEDEAO devido à crise política criada a partir da recusa do ex-presidente e ditador gambiano, Yahya Jammeh, em deixar o poder após a sua derrota nas eleições presidenciais de dezembro de 2016.
Yahya Jammeh viu-se finalmente forçado a partir para o exílio em janeiro de 2017 por pressão internacional e tropas senegalesas entraram em território gambiano.
O Senegal fornece a maior parte dos efetivos da ECOMIG, cujo mandato foi prorrogado em várias ocasiões.
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