Numa resolução aprovada com 86 votos a favor, 14 contra e cinco abstenções, votada durante a sessão plenária trimestral da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, em Estrasburgo, parlamentares dos 47 Estados-membros pediram à Rússia que liberte Alexei Navalny, que conduza uma "investigação independente", sem a participação dos serviços secretos russos, ao seu envenenamento e que concorde com uma visita da Organização para a Proibição de Armas Químicas.
"Este relatório comprova, em bases médicas e científicas, o envenenamento de Alexei Navalny em território russo e confere aos factos uma qualificação jurídica", explicou à agência France-Presse (AFP) o deputado francês Jacques Maire, que foi proibido de viajar para a Rússia, mas teve acesso às análises médicas de Navalny.
Em agosto de 2020, Alexei Navalny foi vítima de envenenamento grave na Sibéria, pelo qual responsabiliza o Presidente Vladimir Putin.
Depois de ter sido tratado na Alemanha, Navalny foi preso, em janeiro de 2021, ao regressar a Moscovo.
A Rússia não abriu uma investigação ao sucedido, alegando não ter pistas de se tratar de uma tentativa de assassinato do opositor do regime de Putin.
"Através de Navalny, obviamente são todos os presos políticos que estão em causa, é a todos eles que, em última análise, dedicamos este relatório", sublinhou Jacques Maire, no final do debate.
"Se queremos saber toda a verdade, ela pertence a apenas um país, a Rússia", concluiu.
Sem poderes vinculativos, a Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa é um órgão de discussão que reúne delegações de parlamentares dos 47 Estados-membros do Conselho da Europa e que emite recomendações ou pede que os Governos prestem contas em termos de direitos humanos.
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