Durante a sua deslocação a Moçambique, o alto representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança tem prevista uma reunião com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e com a ministra dos Negócios Estrangeiros, Verónica Macamo, bem como uma visita à missão militar da União Europeia no país.
Entre os assuntos a discutir estão "a cooperação entre UE e Moçambique, a implementação do Acordo de Paz e Reconciliação de Maputo, o trabalho da missão de formação militar da UE em Moçambique (EUTM Moçambique) e a abordagem integrada da UE para enfrentar os desafios de segurança em Cabo Delgado e províncias vizinhas".
O alto representante visita o quartel-general e um campo de treino da EUTM Moçambique, bem como um projeto financiado pela UE sobre educação e resposta à covid-19.
Aquela que é a primeira missão militar da UE em Moçambique, dedicada a treinar tropas para enfrentar a insurgência armada em Cabo Delgado, arrancou no início de novembro passado e é comandada pelo vice-almirante Hervé Bléjean, diretor da Capacidade Militar de Planeamento e Condução, e, no terreno, a direção operacional cabe ao brigadeiro-general português Nuno Lemos Pires.
A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, de acordo com as autoridades moçambicanas.
Desde julho de 2021, uma ofensiva das tropas governamentais com apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade do Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu recuperar várias zonas ocupadas, mas continua a haver confrontos pontuais que em dezembro alastraram para a província do Niassa.
Antes de Moçambique, o responsável europeu visitou o Quénia, num périplo que antecede a VI cimeira UE-África, prevista para 17 e 18 de fevereiro, em Bruxelas.
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