Rússia acusa Reino Unido de querer atacar empresas russas

A Rússia acusou hoje o Reino Unido de estar a preparar um ataque às empresas russas com os seus planos de sanções no caso de uma invasão da Ucrânia.

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Lusa
31/01/2022 13:07 ‧ 31/01/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia

"Neste caso, é um ataque aberto aos negócios russos", disse o porta-voz do Kremlin (Presidência), Dmitri Peskov, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP), prometendo uma retaliação se necessário.

A chefe da diplomacia britânica, Liz Truss, disse à TV britânica Sky News, no domingo, que o Reino Unido poderá endurecer as sanções contra a Rússia "para que qualquer negócio de interesse para o Kremlin e para o regime russo possa ser visado".

"Os oligarcas de [Vladimir] Putin e as empresas russas envolvidas no apoio ao Estado russo não terão onde se esconder", disse Truss, que deverá visitar a Ucrânia esta semana e planeia deslocar-se a Moscovo em seguida.

Truss disse que as leis atuais do Reino Unido só permitem ao Governo ordenar sanções contra indivíduos e empresas "envolvidas diretamente na desestabilização da Ucrânia".

As mudanças permitirão que Londres puna qualquer pessoa ou empresa considerada de "interesse para o Kremlin".

Peskov considerou as declarações da ministra britânica como "muito preocupantes" e acusou o Governo de Londres de "aumentar as tensões no continente europeu".

As autoridades britânicas têm sido acusadas de fechar os olhos à origem de parte do dinheiro russo que chega a Londres, num processo por vezes chamado de "Londongrad", segundo a AFP.

Trata-se da utilização de fundos suspeitos de resultarem de corrupção ou atividades criminosas em ações de lóbi por personalidades que atuam no interesse do Kremlin.

Os oligarcas russos têm grandes bens e propriedades em Londres.

Segundo dados da organização não-governamental (ONG) Transparency International, citado pela AFP, o valor dos bens detidos no Reino Unido por russos acusados de corrupção ou ligados ao Kremlin está estimado em 1,5 mil milhões de libras esterlinas (1,8 mil milhões de euros).

Nas últimas 48 horas, o Reino Unido fez uma série de anúncios destinados a dissuadir o Kremlin de invadir a Ucrânia.

O primeiro-ministro, Boris Johnson, anunciou que vai propor à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) um reforço do contingente britânico de cerca de 1.150 soldados atualmente destacados na Europa de Leste.

Johnson também deverá falar com o Presidente Vladimir Putin para tentar que recue na questão da Ucrânia.

O Governo russo enviou dezenas de milhares de tropas para as fronteiras da Ucrânia nos últimos meses, suscitando receios de uma invasão.

A Rússia nega tais planos e diz que está ameaçada pela presença da NATO na sua vizinhança.

Leia Também: Canadá diz que Rússia poderá enfrentar "severas sanções e consequências"

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