Rússia elogia independência de Orbán na escolha de parceiros da Hungria

A Rússia elogiou hoje a independência do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, na escolha de parceiros, na véspera da sua visita à Rússia numa altura de tensões na Ucrânia, país que faz fronteira com a Hungria.

Notícia

© Mikhail Svetlov/Getty Images

Lusa
31/01/2022 15:00 ‧ 31/01/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia

"A posição independente da Hungria na prossecução dos seus próprios interesses e na escolha dos seus parceiros impõe-nos respeito", disse o porta-voz do Kremlin (Presidência) Dmitry Peskov no seu 'briefing' diário à imprensa, citado pela agência de notícias espanhola EFE.

Peskov disse também que, "apesar de todas as tendências negativas ligadas" à pandemia de cond-19, a Rússia e a Hungria estão a avançar com o desenvolvimento da sua cooperação económica e política bilateral.

"Esperamos que a visita de Orbán tenha lugar amanhã [terça-feira]. É uma visita muito importante. Temos relações muito bem desenvolvidas com a Hungria", disse o porta-voz do Presidente russo, Vladimir Putin.

Peskov disse que as duas partes pretendem discutir tanto projetos económicos como questões internacionais, incluindo "os problemas mais prementes da agenda", numa alusão à Ucrânia.

O ultranacionalista Orbán, que foi convidado pela oposição a cancelar a sua visita a Moscovo, prometeu consultar os seus aliados da União Europeia (UE) e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) antes de se deslocar à Rússia.

A delegação do Parlamento Europeu à Ucrânia também exortou Orbán a não quebrar a unidade europeia no encontro com Putin, com quem o líder húngaro tem uma relação estreita há anos.

Ao contrário de outros países da região do Leste, como a Polónia, Roménia e Bulgária, a Hungria não manifestou claramente o apoio ao Governo de Kiev no seu conflito fronteiriço com Moscovo.

Recentemente, o ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, Péter Szijjártó, disse que a Hungria não apoiará as autoridades de Kiev enquanto continuarem a discriminar a minoria magiar na Ucrânia, calculada em 150.000 pessoas.

Segundo relatos da imprensa citados pela EFE, Orbán quer reforçar a cooperação económica com a Rússia antes das eleições cruciais de abril na Hungria, nas quais a oposição tem uma hipótese de o expulsar do poder.

A Hungria quer aumentar as importações de gás russo, produzir a vacina antivírus russa Sputnik no seu território e acelerar a construção da central nuclear de Paks, que tem sido afetada por atrasos.

A Rússia tem sido acusada, desde finais de 2021, de reunir dezenas de milhares de soldados na fronteira ucraniana em preparação de um ataque.

O Kremlin nega tais planos, ao mesmo tempo que exige garantias escritas para a sua segurança, incluindo a rejeição da adesão da Ucrânia à NATO e o fim da presença militar da Aliança Atlântica no Leste.

Leia Também: Ucrânia. Delegação do PE pede a Orbán para não romper unidade europeia

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas