Se às primeiras horas da manhã não havia ainda registo de grande movimento, cerca das 11:30 já era visível movimento de pessoas pelas principais artérias da cidade, com alguns estabelecimentos comerciais a abrirem portas, tal como bancos e alguns ministérios, que não estão situados no Palácio do Governo.
Nas ruas, não há uma presença ostensiva das forças de defesa e segurança e apenas circulam algumas viaturas a fazer patrulhamento.
No Bandim, principal centro comercial a céu aberto de Bissau, as lojas estavam abertas e o movimento era igual ao registado num dia normal na capital guineense.
Também as bideiras (mulheres que vendem em bancas nas ruas) tinham regressado à via pública.
No centro da cidade, alguns bancos estavam a funcionar e algum do comércio, que encerrou ontem as portas, também estava aberto ao público.
Na UDIB, antigo cinema da capital, que agora funciona como um laboratório, dezenas de pessoas esperavam à porta para a realização de testes à covid-19.
Na praça dos Heróis Nacionais, antiga praça do Império, onde está situado o Palácio da Presidência, o trânsito e a circulação de pessoas era feita com toda a normalidade, depois de na terça-feira ter estado encerrada.
A segurança estava reforçada no local por onde se entra para a Presidência da República.
Algumas escolas permanecem encerradas, principalmente privadas, incluindo o Liceu João XXIII, um dos principais de Bissau.
O Palácio do Governo, onde terça-feira foi perpetrado o ataque contra o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, e o Governo, que estava reunido em Conselho de Ministros, estava encerrado e era visível a presença de militares e a estrada estava cortada. O trânsito só passava por uma das faixas.
Fontes militares tinham confirmado à Lusa que hoje o Estado-Maior General das Forças Armadas realizava no local uma operação para "recolha de mais elementos" sobre o ataque.
Vários tiros foram ouvidos na terça-feira junto ao Palácio do Governo da Guiné-Bissau onde decorria um Conselho de Ministros, com a presença do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, e do primeiro-ministro, Nuno Nabiam.
A tentativa de golpe de Estado já foi condenada pela União Africana, pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), através da presidência angolana, pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e por Portugal, São Tomé e Príncipe, Angola, Cabo Verde e Espanha.
Em declarações aos jornalistas, no Palácio da Presidência, o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló afirmou ter-se tratado de um "ato bem preparado e organizado e que poderá também estar relacionado com gente relacionada com o tráfico de droga".
O ataque provou pelo menos seis mortos e quatro feridos, segundo fontes militares e médicas.
Fontes militares também confirmaram à Lusa que várias pessoas foram detidas.
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