Os dados disponíveis no site do INPE dizem respeito ao período de 01 a 21 de janeiro, mas a área destruída já foi a maior desde que essas informações recolhidas por satélites começaram a ser divulgadas em 2015.
Em 2021, a destruição da floresta amazónica no Brasil foi de 83 quilómetros quadrados durante todo o mês de janeiro, quatro vezes menos do que nos primeiros 21 dias deste ano.
"Ter um número tão alto em janeiro, no auge da estação chuvosa, quando o desflorestamento costuma ser menos significativo é extremamente preocupante", disse à agência de notícias AFP Claudio Angelo, membro do coletivo de organizações não-governamentais Observatório do Clima.
"Temos que esperar os próximos meses para ver qual será a tendência para este ano, mas já é um sinal muito ruim", acrescentou.
Em novembro, o INPE já havia anunciado que a desflorestação na parte brasileira da maior floresta tropical do mundo tinha ultrapassado 13.235 quilómetros quadrados no período de referência de agosto de 2020 a julho de 2021, algo inédito em 15 anos.
Foi o terceiro aumento consecutivo nesse período desde a ascensão ao poder do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, alvo de críticas internacionais por ter enfraquecido a monitorização do ecossistema amazónico e incentivado atividades de mineração ou agricultura em áreas protegidas.
O Observatório do Clima revelou na terça-feira que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), principal órgão de monitoramento ambiental do Brasil, gastou apenas 41% do orçamento destinado ao controlo do desflorestamento em 2021.
A Amazónia é a maior floresta tropical do mundo e possui a maior biodiversidade registada numa área do planeta, com cerca de 5,5 milhões de quilómetros quadrados e inclui territórios do Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa (pertencente à França).
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