O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, rejeitou esta quinta-feira a hipótese de recorrer ao Exército para dispersar os manifestantes que se juntaram a um protesto de camionistas em Ottawa.
Desde sexta-feira que mais de 200 camiões e outros veículos bloqueiam as estradas da cidade, num protesto contra as vacinas, utilização de máscaras e confinamentos.
Ontem, o chefe da polícia, Peter Sloly, alertou que os agentes não têm os recursos para fazer frente ao protesto, que diz ser “ilegal”, e revelou que a cidade estava a considerar pedir ajuda às Forças Armadas do Canadá.
Trudeau recusou essa ideia e sublinhou, em declarações a jornalistas, que “é preciso ser muito, muito cauteloso antes de mobilizar militares para situações que envolvem canadianos”.
“Isso [enviar militares] é algo que não está a ser considerado agora. Não há porque mobilizar o Exército”, acrescentou.
O protesto começou com vários camionistas a pedir o fim dos certificados de vacinação contra a Covid-19 para trabalhadores que atravessam regularmente a fronteira e rapidamente juntou milhares de pessoas que estão contra as medidas implementadas no país para combater a pandemia de Covid-19.
No fim de semana, a manifestação tomou outras proporções quando várias pessoas tiveram “comportamentos obscenos e insultuosos” ao urinar no Memorial Nacional de Guerra, dançar no Túmulo do Soldado Desconhecido e exibir bandeiras nazis.
O primeiro-ministro, que chegou a ser retirado da sua residência oficial devido aos protestos, sublinhou que o país não está “intimidado” com os manifestantes que “insultam” e “maltratam” os canadianos.
“Quero ser muito claro. Não estamos intimidados por aqueles que insultam, maltratam trabalhadores de pequenas empresas e roubam comida a pessoas sem abrigo. Não vamos ceder àqueles que hasteiam bandeiras racistas. Não cederemos àqueles que praticam vandalismo ou desonram a memória dos nossos veteranos”, frisou.
Leia Também: Depois do Canadá, protestos contra medidas Covid chegam à Austrália