Presidente croata volta a acusar Ocidente de instigar guerra

O Presidente croata, Zoran Milanovic, voltou hoje a acusar o Ocidente de instigar a guerra na Ucrânia e insistiu que se dialogue com a Rússia e se considerem os seus interesses na crise.

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Lusa
04/02/2022 16:31 ‧ 04/02/2022 por Lusa

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"Os interesses da Rússia estão em causa e é necessário dialogar em vez de instigar a guerra, como tem sido feito nas últimas semanas", sublinhou Milanovic em declarações a jornalistas.

O Presidente croata sublinhou que os interesses russos são de natureza estatal e não um capricho do Presidente russo, Vladimir Putin.

"Esta não é uma questão de 'humor psicológico de Putin', como têm tentado apresentá-la, porque a Rússia não é Putin. A Rússia foi e será muito além de Putin", disse.

Por outro lado, Milanovic rejeitou as acusações que lhe foram feitas de falta de solidariedade com a Ucrânia.

"Posso ser solidário com a Polónia e a Lituânia, e sou, porque são Estados-membros da NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte]. A Ucrânia não é membro da NATO, é outra história, uma história completamente diferente", referiu.

O chefe de Estado croata, que nos últimos dias acusou várias vezes o Ocidente de acicatar a guerra, garantiu ainda que não vai permitir que a Croácia, membro da NATO desde 2009, participe numa estratégia que considera um erro.

Esta semana, o primeiro-ministro da Croácia, Andrej Plenkovic, considerou as observações de Milanovic sobre a Ucrânia vergonhosas e contrárias à política oficial do Governo e pediu desculpas a Kiev.

O Ocidente acusa a Rússia de pretender invadir de novo a Ucrânia, depois de lhe ter anexado a península da Crimeia, em 2014, mas Moscovo nega qualquer intenção bélica.

As autoridades russas condicionam a resolução da crise a exigências que dizem ser necessárias para garantir a sua segurança e que incluem uma garantia de que a Ucrânia não será um Estado-membro da NATO, assim como que a Aliança retirará as suas tropas na Europa de Leste para posições anteriores a 1997.

Leia Também: EUA: Rússia pode encenar ataque ucraniano para justificar invasão

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