"Os interesses da Rússia estão em causa e é necessário dialogar em vez de instigar a guerra, como tem sido feito nas últimas semanas", sublinhou Milanovic em declarações a jornalistas.
O Presidente croata sublinhou que os interesses russos são de natureza estatal e não um capricho do Presidente russo, Vladimir Putin.
"Esta não é uma questão de 'humor psicológico de Putin', como têm tentado apresentá-la, porque a Rússia não é Putin. A Rússia foi e será muito além de Putin", disse.
Por outro lado, Milanovic rejeitou as acusações que lhe foram feitas de falta de solidariedade com a Ucrânia.
"Posso ser solidário com a Polónia e a Lituânia, e sou, porque são Estados-membros da NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte]. A Ucrânia não é membro da NATO, é outra história, uma história completamente diferente", referiu.
O chefe de Estado croata, que nos últimos dias acusou várias vezes o Ocidente de acicatar a guerra, garantiu ainda que não vai permitir que a Croácia, membro da NATO desde 2009, participe numa estratégia que considera um erro.
Esta semana, o primeiro-ministro da Croácia, Andrej Plenkovic, considerou as observações de Milanovic sobre a Ucrânia vergonhosas e contrárias à política oficial do Governo e pediu desculpas a Kiev.
O Ocidente acusa a Rússia de pretender invadir de novo a Ucrânia, depois de lhe ter anexado a península da Crimeia, em 2014, mas Moscovo nega qualquer intenção bélica.
As autoridades russas condicionam a resolução da crise a exigências que dizem ser necessárias para garantir a sua segurança e que incluem uma garantia de que a Ucrânia não será um Estado-membro da NATO, assim como que a Aliança retirará as suas tropas na Europa de Leste para posições anteriores a 1997.
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