Depois de revelar que a comissão que investiga o ataque ao Capitólio dos Estados Unidos da América tem na sua posse uma série de documentos rasgados por Donald Trump durante a sua presidência, o The Washington Post afirma que a prática do ex-presidente na Casa Branca era comum e que poderá violar a Lei de Registos Presidenciais.
O jornal escreve que a Casa Branca tinha uma equipa responsável por “resgatar” os documentos destruídos e deixados para trás por Donald Trump e que depois os colava “com fita cola transparente”.
“Ele não queria registos de nada. Nunca deixou de rasgar coisas”, afirmou um ex-funcionário da Casa Branca.
O ex-presidente terá sido avisado por dois chefes de gabinete sobre a importância de preservar os documentos, mas estima-se que “centenas, se não mais” foram destruídas. Contudo, o ex-advogado de Trump, Michael Cohen, afirma que a prática de rasgar documentos não está associada a querer esconder algo. “Quando algo o irritava, ele rasgava o documento”, explicou. “O ato físico de rasgar papel para Donald foi catártico e deu-lhe um alívio, como se o assunto já não fosse importante”.
Já Courtney Chartier, presidente da Sociedade de Arquivistas Americanos, considera que em causa está a violação da Lei de Registos Presidenciais, que dita que todos os documentos tocados pelo presidente devem ser mantidos para serem preservados pelo Arquivo Nacional. “Não há desconhecimento dessas leis. Existem manuais da Casa Branca sobre a manutenção desses documentos”, afirmou.
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