"Esta é realmente uma discussão crucial e que não poderia ser mais oportuna", disse o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, durante o seu discurso de abertura no conselho bilateral de Energia, em Washington, ao lado do chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.
Blinken sublinhou que "a Rússia tentou aumentar a vantagem energética", com as empresas russas a deixar de distribuir gás natural para a Europa, contribuindo para o aumento dos preços da energia, em pleno inverno.
Nesse sentido, o chefe da diplomacia norte-americana reiterou o compromisso de Washington em garantir o abastecimento energético da Europa.
Borrell lamentou que a Rússia "não hesite em usar" a energia como "uma arma para benefícios geopolíticos", num momento de escassez global, para o qual a colaboração "estratégica" com Washington é fundamental.
"Entrámos em contacto com os nossos principais fornecedores de energia para reforçar a preparação e garantir que o fluxo de energia permaneça confiável, acessível e seguro", disse Borrell, referindo-se às negociações em curso com a Noruega, Qatar, Azerbaijão e Argélia, entre outros países.
Juntamente com Blinken e Borrell, também participaram no conselho bilateral a comissária europeia para a Energia, Kadri Simson, e a secretária da Energia dos EUA, Jennifer Granholm.
Esta reunião realizou-se 10 dias depois de as duas partes terem respondido às ameaças da Rússia nas fronteiras da Ucrânia, reforçando a sua aliança energética para garantir o fornecimento de gás natural ao grupo dos 27, no caso de uma crise provocada por uma eventual invasão russa.
Num comunicado conjunto, em 28 de janeiro, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeram "intensificar a cooperação energética" para que cidadãos e empresas da UE e dos países vizinhos "garantissem um abastecimento de energia fiável e acessível".
Os Estados Unidos e a UE acusam a Rússia de se preparar para invadir a Ucrânia, um país já dilacerado por uma guerra civil no leste entre as forças de Kiev e separatistas pró-russos apoiados por Moscovo.
A Rússia nega a intenção bélica, mas condiciona qualquer medida para diminuir a tensão a garantias para a sua segurança, incluindo que a Ucrânia nunca será membro da NATO e que a aliança retirará as suas forças para as suas posições de 1997.
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