Segundo o congressista democrata Bennie Thompson, presidente do painel, Navarro, que foi intimado a prestar depoimentos e informações, terá estado envolvido nos esforços para atrasar a certificação da vitória eleitoral de Joe Biden, nas eleições de 2020, por parte do Congresso.
"Navarro parece ter informações diretamente relevantes para a investigação (...) sobre as causas do ataque de 06 de janeiro [de 2021] ao Capitólio", salientou Thompson citado num comunicado.
"Ele não se escondeu nos esforços para travar os resultados das eleições de 2020 e até discutiu o apoio do ex-presidente a esses planos", acrescentou.
O painel da Câmara dos Representantes investiga não apenas a conduta de Trump em 06 de janeiro de 2021, quando este apelou à multidão para "lutar incessantemente" contra o resultado eleitoral, mas também os esforços do republicano meses antes, na contestação da derrota eleitoral ou na obstrução a uma transição pacífica de poder.
No comunicado, a comissão de investigação referiu que obteve informações através de entrevistas, reportagens a até do próprio livre de Navarro, que indicam que este trabalhou com Steve Bannon, aliado de longa data de Trump, e outros, para desenvolver e implementar um plano para atrasar a certificação da vitória eleitoral de Joe Biden.
Navarro foi um dos funcionários da Casa Branca que promoveu as alegações infundadas de Trump de fraude eleitoral em massa.
Esta intimação é a mais recente numa ampla rede de testemunhas que o comité de inquérito da Câmara dos Representantes criou, que tem permitido examinar membros da família e figuras próximas de Trump, membros do Congresso e até grupos de redes sociais, acusados de divulgar amplamente desinformação sobre as eleições.
O painel que investiga o ataque ao Capitólio, composto por sete democratas e dois republicanos, intimou cerca de 100 pessoas até agora e entrevistou quase 500.
O ex-professor de economia de 72 anos já tinha sido também solicitado por uma sub-comissão da Câmara dos Representantes criada para investigar a resposta do governo de Trump à pandemia de covid-19 e que também o intimou em novembro.
Na altura negou o pedido, citando uma "ordem direta" do ex-presidente para reivindicar privilégios executivos.
Leia Também: Capitólio. Trump diz que McConnell não fala em nome dos republicanos