Tanzânia anula proibição de quatro jornais

O Governo da Tanzânia anunciou que vai anular a proibição de quatro jornais, imposta pelo ex-presidente John Magufuli, e abrir "um novo capítulo" nas relações com a imprensa, enquanto a atual Presidente tenta romper com práticas autoritárias do antecessor.

Notícia

© AFP via Getty Images

Lusa
10/02/2022 16:57 ‧ 10/02/2022 por Lusa

Mundo

Tanzânia

As quatro publicações em suaíli -- incluindo o Daima, um diário propriedade do líder da oposição preso Freeman Mbowe -- foram banidas entre 2016 e 2020.

"A intenção do atual governo é construir boas relações com a imprensa e, para começar, vou autorizar novamente os quatro jornais", disse o ministro da Informação da Tanzânia, Nape Nnauye, numa reunião com os editores.

"A punição deles já durou o suficiente", acrescentou.

O ministro explicou que a Presidente Samia Suluhu Hassan queria criar "um ambiente propício à imprensa".

"Ela me pediu para conhecer os jornalistas, trocarmos pontos de vista e ouvir suas preocupações", justificou.

As autoridades tanzanianas revogaram a licença de publicação e distribuição do Daima pouco antes das eleições gerais de 2020, acusando-o de violar a lei e a ética jornalística, sem especificar o conteúdo ofensivo.

O semanário Mwanahalisi foi banido em 2017 depois de publicar uma carta de um leitor com "insultos" ao Presidente Magufuli e seu governo.

Dois outros semanários, Mawio e Mseto, tiveram as licenças suspensas em 2016 depois de ambos abordarem o tema da corrupção no topo do Estado.

Desde que assumiu o lugar de Magufuli, que morreu repentinamente em março de 2021 e de quem era vice-presidente, Hassan vem tentando romper com algumas das políticas de seu antecessor, conhecido por 'bulldozer' pelo estilo intransigente de governação.

A atual Presidente estendeu a mão à oposição e permitiu a reabertura de meios de comunicação antes proibidos sob a administração de Magafuli, prometendo defender a democracia e as liberdades fundamentais.

Mas a prisão em julho de 2021 de Mbowe, líder do principal partido da oposição Chadema, por acusações de terrorismo, acabou com as esperanças de que Hassan realmente consiga virar a página da presidência de Magufuli.

O seu governo também impôs uma suspensão de duas semanas em 2021 ao jornal Uhuru, órgão do seu próprio partido Chama Cha Mapinduzi, depois de um artigo de primeira página alegando que a chefe de Estado estava a considerar não concorrer novamente em 2025 às presidenciais.

Leia Também: ONU devolve à Tanzânia os oito ex-dignitários ruandeses expulsos do Níger

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas