A informação foi avançada quinta-feira por duas fontes ligadas ao processo, segundo noticiou a agência Associated Press (AP).
A falta de informações sobre as comunicações efetuadas e recebidas por Trump representa um novo desafio para o painel da Câmara dos Representantes que investiga a invasão ocorrida em 06 de janeiro de 2021, quando apoiantes do republicano, incentivados por este para "lutarem incessantemente" contra o resultado eleitoral, tentaram anular a certificação da vitória eleitoral de Joe Biden nas eleições de 2020.
Entre as possíveis razões para a omissão nos registos de telefonemas entre Trump e vários congressistas republicanos, é referido que o ex-presidente utilizava o seu telemóvel pessoal, mas também que as chamadas podem ter sido efetuadas por um assessor.
A comissão de investigação continua a receber os registos da Casa Branca, que pertencem ao Arquivo Nacional, e procura também outras fontes, e que podem levar a informações adicionais.
Estas lacunas nos registos telefónicos de Trump foram noticiadas pela primeira vez pelo The New York Times e pela CNN, um dia depois de o painel da Câmara dos Representantes ter revelado que está a investigar se o republicano violou a Lei dos Registos Presidenciais, após caixas de registos terem sido descobertas na sua propriedade, na Florida.
A presidente do Comité de Supervisão a Câmara dos Representantes, a democrata Carolyn Maloney, manifestou-se na quinta-feira "profundamente preocupada" com o facto de aqueles registos não terem sido fornecidos à Administração Nacional de Arquivos e Registos no final do governo de Trump e que estes parecem ter sido "removidos da Casa Branca".
O painel da Câmara dos Representantes investiga não apenas a conduta de Trump em 06 de janeiro de 2021, quando este apelou à multidão para "lutar incessantemente" contra o resultado eleitoral, mas também os esforços do republicano meses antes, na contestação da derrota eleitoral ou na obstrução a uma transição pacífica de poder.
Este painel, composto por sete democratas e dois republicanos, intimou cerca de 100 pessoas até agora e entrevistou quase 500.
Mas as alegações de privilégio executivo requerido por Trump para as conversas pessoais têm levado algumas das testemunhas a recusarem-se a responder a algumas questões.
A Lei de Registos Presidenciais exige que as comunicações efetuadas por um presidente em exercício e a sua equipa sejam preservadas nos arquivos, e um líder cessante é responsável por entregar os documentos aos Arquivos Nacionais no final do mandato.
O Supremo Tribunal dos EUA rejeitou as pretensões de Trump para impedir que os documentos da Casa Branca naquele dia fossem entregues à comissão de investigação.
O Washington Post noticiou que Trump "rasgou" dados que eram "sensíveis" e que o caso foi encaminhado para o Departamento de Justiça, para que investigue se o republicano violou a Lei de Registos.
O Arquivo Nacional tinha também explicado, no início da semana, que os representantes de Trump estão a cooperar e que localizaram registos "que não foram transferidos para os Arquivos Nacionais no final do governo Trump".
A agência providenciou o transporte dos documentos desde a Florida para Washington.
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