A contestação às restrições de combate à pandemia de covid-19 no Canadá, que se estendem contra o primeiro-ministro Justin Trudeau e o Partido Liberal, que lidera o governo, afetam, há cinco dias, esta ligação que representa mais de 25% dos bens exportados entre os Estados Unidos e o Canadá.
O presidente do Supremo Tribunal de Ontário, Geoffrey Morawetz, disse, durante uma audiência virtual, que a ordem para que os manifestantes terminassem com o bloqueio entraria em vigor às 19:00 [00:00 de sábado em Lisboa], embora não tenha ficado claro quando, e se, as forças policiais vão ser enviadas para terminar com o protesto.
A polícia de Windsor já alertou os manifestantes que estão naquele bloqueio que podem ser detidos e os seus veículos apreendidos.
A audiência, que durou mais de quatro horas e meia, surgiu a pedido da cidade de Windsor e representantes das indústrias de peças de automóveis, que defenderam que o bloqueio estava a causar danos económicos para a cidade e região.
Os manifestantes, muitos destes camionistas, argumentaram que a ordem interrompe o seu direito ao protesto pacífico contra a vacinação obrigatória, que os impede de trabalhar (em caso de não vacinação).
Desde segunda-feira que esta ligação entre Windsor e Detroit está a paralisada.
O primeiro-ministro da província de Ontário, epicentro da contestação às restrições de combate à pandemia de covid-19 no Canadá, decretou esta sexta-feira o estado de emergência, devido às manifestações "ilegais" que ali decorrem há duas semanas.
"Estamos a tomar todas as medidas necessárias para garantir a reabertura da fronteira. E aos habitantes de Otava sitiados, digo: vamos zelar por que possam retomar a vida normal assim que possível", declarou Doug Ford, numa conferência de imprensa.
O centro de Otava, a capital federal canadiana, situada em Ontário, está paralisado há duas semanas por manifestantes que exigem a retirada de todas as medidas de combate à pandemia e se recusam a abandonar a zona.
A decisão judicial sobre o bloqueio à ponte Ambassador surgiu num dia de desenvolvimentos rápidos, em que os manifestantes receberam apoio de figuras da direita nos EUA, incluindo Donald Trump.
O gabinete do primeiro-ministro Justin Trudeau considerou a decisão judicial "responsável e necessária", acrescentando que o governante manteve uma conversa com o Presidente dos EUA Joe Biden.
"Discutimos as influências norte-americanas e globais no protesto e sobre o impacto do dinheiro estrangeiro para financiar esta atividade ilegal", referiu.
Na quinta-feira, os Estados Unidos ofereceram ajuda ao Canadá para acabar com o bloqueio das passagens na fronteira por manifestantes.
A emissora pública do Canadá, CBC, referiu que a Casa Branca e o Departamento de Segurança Interna norte-americano disponibilizaram recursos para acabar com os bloqueios das passagens de fronteira, devido aos danos que estão a causar à economia.
Leia Também: Ontário declara estado de emergência após semanas de protestos