A Polícia Nacional e os soldados cercaram as imediações da casa de Hernández na segunda-feira à noite.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros das Honduras escreveu na rede social Twitter que tinha notificado o Supremo Tribunal de Justiça do país de que a Embaixada norte-americana tinha solicitado formalmente a detenção de um político hondurenho para efeitos de extradição.
O ministério não identificou o político. Mas o atual vice-presidente das Honduras, Salvador Nasralla, confirmou à Associated Press que o pedido visava Hernández.
Mais tarde, o presidente do Supremo Tribunal de Justiça convocou para a manhã de hoje uma sessão urgente do tribunal para escolher um juiz que apreciasse o pedido de extradição.
O porta-voz do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, Nicole Navas, recusou-se a comentar. O Departamento de Estado dos EUA remeteu quaisquer comentários para o Departamento de Justiça.
O advogado de Hernández, Hermes Ramírez, acusou as autoridades de estarem a atuar de forma injusta para com o antigo Presidente, declarando aos 'media' locais que se "está a violar o Estado de direito ao querer executar uma ordem de prisão violando o procedimento estabelecido por lei".
Vários contingentes da Polícia Nacional, incluindo forças especiais, bem como a polícia militar, cercaram o bairro de Hernández.
Durante o fim de semana, Hernández tinha publicado fotografias de si próprio a brincar com os cães, numa aparente tentativa de dissipar rumores de que fugira do país.
Hernández deixou o cargo a 27 de janeiro. No mesmo dia, prestou juramento como representante das Honduras no Parlamento Centro-Americano.
O advogado disse na segunda-feira à noite que Hernández tinha imunidade devido à sua posição no parlamento regional e insistiu que o ex-presidente tinha direito à presunção de inocência.
O Ministério Público de Nova Iorque implicou por várias vezes Hernandez durante o julgamento do irmão em 2019, alegando que a sua ascensão política foi alimentada por lucros da droga.
Hernández negou veementemente quaisquer atividades deste tipo.
O irmão, Juan Antonio "Tony" Hernández, ele próprio um ex-congressista hondurenho, foi condenado a prisão perpétua por acusações de tráfico de droga e armas em março de 2021. Na sua sentença, o procurador-adjunto dos EUA caracterizou os crimes como "tráfico de droga patrocinado pelo Estado".
Os procuradores dos EUA disseram que Tony Hernández intermediou grandes subornos de traficantes ao seu irmão, em troca de proteção para os carregamentos de droga. Em alguns casos, membros da Polícia Nacional e militares escoltavam os carregamentos, disseram os procuradores.
Hernández afirmou que as acusações contra ele provêm de traficantes de droga, que em alguns casos extraditou e que agora procuram vingança.