O principal epidemiologista do Governo norte-americano, Anthony Fauci, disse na quarta-feira ser tempo de regressar à normalidade, a pouco e pouco, apesar dos riscos que a Covid-19 ainda apresenta. Em declarações à Reuters, o especialista realça os esforços realizados pelos estados norte-americanos no controlo da pandemia, face ao crescente ‘cansaço pandémico’ da população.
“Não há solução perfeita para isto”, refere, num momento em que as autoridades de saúde norte-americanas estão a preparar um novo plano de combate à Covid-19, com a descida dos casos associados à Ómicron.
Na verdade, Nova Jérsia, Nova Iorque, Califórnia, Connecticut, Delaware, e Oregon são alguns dos estados norte-americanos que, após as declarações do conselheiro de saúde da Casa Branca, anunciaram que irão abandonar a obrigatoriedade do uso de máscara nas escolas e noutros locais públicos nas próximas semanas.
“[O] mundo e os Estados Unidos, em particular algumas zonas, [estão] fartos da Covid-19 – precisam muito de, de alguma forma, ter a sua vida de volta”, defende, acrescentando que “não é preciso ser imprudente, mas temos de começar a avançar nesse sentido”.
Ainda assim, cerca de dois mil norte-americanos, muitos dos quais não vacinados contra a Covid-19, continuam a morrer diariamente devido ao SARS-CoV-2. Além disso, a média semanal de casos situa-se nos 147 mil, um aumento de 40% em relação à semana passada. No entanto, as admissões hospitalares desceram cerca de 28%, para 9.500 por dia.
Nesse sentido, Fauci reconhece que novas medidas poderão gerar infeções evitáveis, mas considera que políticas restritivas podem também ser prejudiciais.
“O impacto na saúde mental, o impacto no desenvolvimento das crianças, o impacto nas escolas – está isso equilibrado com a tentativa de sermos totalmente imaculados e de nos proteger da infeção? Não tenho a resposta certa”, remata.
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