Numa carta dirigida ao chefe de Estado, 250 dos 290 deputados do Parlamento iraniano afirmaram que Washington deve "garantir" que cumprirá os seus compromissos se de chegar a um novo acordo.
"O Irão não deve chegar a acordo sem garantias válidas, já que o Governo norte-americano e três países europeus (Alemanha, França e Reino Unido) não cumpriram os seus compromissos e usaram todos os meios possíveis para prejudicar os interesses do povo iraniano", escreve a agência de notícias Mehr.
Os deputados pedem ainda que não seja incluído no pacto um mecanismo para voltar a impor sanções e sublinharam que o Irão só deverá cumprir a sua parte quando se verificar que a outra parte levantou as sanções.
O apelo dos parlamentares iranianos surge na fase final das negociações do Irão com Alemanha, França, Reino Unido, Rússia e China, com participação indireta dos EUA, para salvar o pacto de 2015.
O acordo de 2015, concluído entre o Irão e as potências ocidentais, assim como a China e a Rússia, permitia o levantamento de sanções económicas internacionais contra Teerão em troca de rigorosos limites ao seu programa nuclear, com vista a impedir o país de se dotar da bomba atómica.
Os Estados Unidos, sob a Presidência de Donald Trump, decidiram abandonar o acordo, que consideravam insuficiente, e restabeleceram as sanções.
Um ano depois da decisão da administração Trump, Teerão começou a desrespeitar os limites impostos ao seu programa nuclear e chegou a enriquecer urânio a níveis próximos do necessário para criar uma arma nuclear.
As negociações para tentar retomá-lo foram retomadas após a administração norte-americana do democrata Joe Biden levantar algumas das sanções impostas pelos Estados Unidos contra o Irão pela anterior administração.
A oitava ronda de negociações para salvar o acordo foi retomada na semana passada em Viena, no âmbito do Plano de Ação Global Conjunto (JCPOA) e as autoridades iranianas indicaram que o pacto nuclear está próximo, embora ainda haja questões por acordar.
Na quinta-feira os Estados Unidos anunciaram "progressos substanciais", admitindo que seja possível um acordo "dentro dos próximos dias".
Já hoje o primeiro-ministro israelita, Naftali Bennett, afirmou que "está iminente" um acordo, mas alertou para a sua fragilidade face ao acordo concluído em 2015.
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